Cientistas de todo o mundo se reuniram na Austrália para discutir o futuro da Antártida. O evento, realizado na Universidade da Tasmânia em Hobart, contou com a presença de quase 500 especialistas polares.
O derretimento do gelo antártico é uma grande preocupação. Nas últimas três décadas, o nível do mar subiu até 10,5 centímetros. A Antártida perde aproximadamente 17 milhões de toneladas de gelo por hora, o equivalente a um cubo de gelo gigante de 260 metros de lado.
A Camada de Gelo da Antártida Oriental é particularmente preocupante. Ela contém água suficiente para elevar o nível do mar global em cerca de 50 metros se derreter completamente. Isso teria consequências enormes para cidades costeiras e infraestruturas.
Mudanças alarmantes foram observadas na região. Registros de baixo nível de gelo marinho, ondas de calor extremas e maior instabilidade ao redor de plataformas de gelo importantes foram relatados. Essas transformações afetam os ecossistemas terrestres e marinhos.
Os pesquisadores alertam que o derretimento descontrolado do gelo pode causar uma elevação rápida e catastrófica do nível do mar. Eles não sabem se pontos de inflexão irreversíveis já foram ultrapassados.
Imagens de satélite sugerem que a Antártida está perdendo gelo seis vezes mais rápido do que há 30 anos. Até mesmo a Antártida Oriental, antes considerada estável, mostra sinais de perturbação extrema.
Se as emissões de gases de efeito estufa aumentarem, as cidades costeiras da Austrália podem enfrentar uma elevação devastadora de 80 centímetros no nível do mar até 2100.
Os cientistas enfatizam a necessidade de ação urgente. Eles pedem reduções “profundas, rápidas e sustentadas” nas emissões de gases de efeito estufa para limitar a catástrofe iminente.
“Nossas sociedades devem estabelecer e cumprir metas para ‘curvar a curva de carbono’ o mais rápido possível”, afirmam os pesquisadores. Eles ressaltam que cada fração de grau é importante na luta contra as mudanças climáticas.
O Oceano Austral e a Antártida desempenham papéis cruciais como sumidouros de carbono oceânico e “ar-condicionado” planetário. Essas funções vitais têm sido subestimadas, mas as mudanças induzidas pelo aquecimento global na região são imensuráveis.
A adaptação pode ajudar a aliviar o problema, mas a redução das emissões é fundamental. Cada ano e cada tonelada de emissões evitadas fazem diferença para as gerações atuais e futuras.