O conflito entre seres humanos e animais selvagens levou muitos aldeões de Camarões a se mudarem, após diversos ataques de leões.
O fazendeiro de 45 anos Ali Sambo, sua esposa e três filhos fugiram de sua vil, Djole no sábado, depois que os leões atacaram.
Ele disse que os leões mataram 53 de suas vacas em duas semanas nas aldeias de Adimbi, Djole e Djinga. Os moradores começaram a se mudar por medo de serem os próximos.
LEIA TAMBÉM: Caçador é morto por elefante e comido por leões na África do Sul
Os aldeões afirmam que os leões devem ser mortos, pois vêem os animais como uma ameaça aos seus meios de subsistência, e até ás suas vidas.
Kizito Ombgwa, um fazendeiro florestal que vive na área, diz que sua primeira missão é garantir que a população esteja segura. Mas ele disse que os leões também devem ser protegidos e devolvidos ao seu habitat natural.
LEIA TAMBÉM: Crocodilos têm a mordida mais forte já medida, mostram testes recentes
Ele disse que os aldeões devem permanecer calmos, evitar ficar isolados e desistir de sair para lutar quando os leões atacarem.
O outro lado da história
Grupos de conservação da vida selvagem dizem que os animais atacam as pessoas e suas propriedades, mas, o mesmo ocorre com as pessoas que atacam os animais e seus habitats.
O aumento da pressão populacional e o desmatamento transformaram partes dos parques de vida selvagem dos Camarões em fazendas e aldeias, levando a conflitos entre humanos e animais selvagens sobre o espaço e a alimentação.
LEIA TAMBÉM: Fóssil de grande carnívoro é encontrado no Quênia
O especialista em conservação da vida selvagem da Floresta dos Camarões, Rigobert Bihina, disse que as comunidades precisam de melhores incentivos para o desenvolvimento, que também envolvem a conservação da vida selvagem.
Os leões não são os únicos
Em 2014, elefantes e hipopótamos mataram várias pessoas e destruíram fazendas depois de serem expulsos do Parque Kalfou, no norte dos Camarões.
O Parque Nacional Campo Ma’an, no sul dos Camarões, em 2010, informou que elefantes, macacos, gorilas e outros animais haviam mudado sua migração por causa das plantações comerciais de óleo de palma e borracha.
O governo
Donnacien Oum, a principal autoridade do governo de Camarões, disse que as autoridades estão preparadas para compensar os pecuaristas que perderam seu gado.
LEIA TAMBÉM: Estudo mostra que ursos polares realmente estão morrendo de fome por causa do aquecimento global
Mas ele disse que a população, especialmente os pecuaristas, devem ser pacientes. Ele disse que o departamento de proteção civil do Ministério da Administração Territorial de Camarões está se preparando para compensar todos aqueles que perderam seus animais.