Em antigas sepulturas, os arqueólogos conseguem encontrar facilmente adagas da Idade do Bronze que foram enterradas junto com seu dono. O motivo disso é desconhecido e até agora os historiadores se questionavam sobre o seu uso na época.
A Idade do Bronze ficou assim conhecida devido a grande disseminação que havia na época das ligas de cobre e arsênico ou estanho. As adagas daquela época ficaram famosas por estarem em muitos túmulos estudados pelos arqueólogos de hoje.
No entanto, novas evidências mostram que as adagas da Idade do Bronze eram utilizadas para processar a carne de animais, uma utilização bem diferente do que os historiadores acreditavam que era apenas um símbolo de status social.
Adagas da Idade do Bronze confundiam historiadores
As sepulturas que continham as adagas da Idade do Bronze datam de cerca de 6.000 anos atrás, localizadas em toda a Europa Central. Até hoje, os arqueólogos ficavam frustrados por não saber a utilidade da ferramenta amplamente encontrada nesses locais.
Para descobrir o uso das adagas da Idade do Bronze, já foram utilizadas diversas técnicas que eram aplicadas para testar outros materiais da época, como cerâmica e pedra. Porém, essas técnicas não funcionavam bem em ligas de cobre.
Isso representou um desafio para a professora Andrea Dolfini, da Newcastle University, que enxergou uma oportunidade de desenvolver uma nova abordagem para lidar com as adagas da Idade do Bronze.
O desenvolvimento de uma nova técnica
Dolfini e outros estudiosos resolveram testar uma nova técnica em 10 punhais que foram desenterrados em Bragatto, na Itália. Eles foram enterrados entre os anos de 1550 e 1250 aC., quando a Idade do Bronze estava iniciando.
Os autores cortaram os resíduos das lâminas com soluções Picro-Sirius Red (PSR) e logo em seguida examinaram os materiais em microscópios ópticos, digitais e eletrônicos de varredura.
Ao combinar as diferentes informações obtidas dos microscópios, a equipe de cientistas encontrou evidências que mostravam que esses punhais eram utilizados para cortar tecidos animais, incluindo ossos, músculos, tendões e colágeno.
Os autores suspeitam ainda que a ferramenta tenha sido utilizada para matar o gado e abater suas carcaças. Para testar essa nova hipótese, eles utilizaram réplicas feitas por um ferreiro que mostravam que as adagas da Idade do Bronze eram apropriadas para a atividade.
O estudo sobre o uso das adagas da Idade do Bronze ajudou a trazer mais clareza para os historiadores e também revelou novas técnicas para extrair e caracterizar resíduos orgânicos de metais antigos.
“Este é um avanço significativo, pois o novo método permite a análise de uma ampla variedade de ferramentas e armas de liga de cobre de qualquer lugar do mundo. As possibilidades são infinitas, assim como as respostas que o novo método pode e fornecerá no futuro.” disse Dolfini em comunicado.