A verdade devastadora por trás das lindas imagens da “lava azul” do Kawah Ijen

Damares Alves
O enxofre entra em combustão ao entrar em contato com o ar para criar rios de luz azulados semelhantes a lava na cratera Kawah Ijen, na ilha de Java. (FOTOGRAFIA DE OLIVIER GRUNEWALD)

Há alguns anos a internet ganhou mais vida com as incríveis imagens do Vulcão Kawah Ijen, capturadas pelo fotografo francês Oliver Grunewald.

As imagens – que não possuem nenhum tipo de filtro ou edição – mostram a lava sob uma linda chama com tons de azul e roxo eletrizantes.

As imagens

Grinewald produziu a série de imagens para um documentário da Society for Volcanology de Genebra.

Confira:

Lava azul 4
(FOTOGRAFIA DE OLIVIER GRUNEWALD)
Lava Azul
(FOTOGRAFIA DE OLIVIER GRUNEWALD)
Lava azul 1
Na cratera Kawah Ijen, os gases sulfúricos que escapam das rachaduras se inflamam quando entram em contato com o ar.
(FOTOGRAFIA DE OLIVIER GRUNEWALD)
Lava azul 2
Um rio de enxofre flui perto do lago ácido de Kawah Ijen. (FOTOGRAFIA DE OLIVIER GRUNEWALD)
Lava azul 3
Na depressão de Danakil, na Etiópia, a poeira de enxofre no solo de uma fonte hidrotermal se inflama para formar chamas azuis. (FOTOGRAFIA DE OLIVIER GRUNEWALD)
A lava é realmente azul?

Diferente do que se espalhou pela internet na época, não, a lava não é azul. A rocha derretida emerge da terra a temperaturas altíssimas, e sua coloração não difere muito do magma expelido por outros vulcões, possui a mesma cor vermelho ou alaranjada.

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O que de fato acontece é que no Kauah Ijen, emergem quantidades enormes de gases sulfúricos junto com a lava. Exposto ao oxigênio e as altas temperaturas do vulcão, o enxofre queima rapidamente, produzindo as belas chamas azuis. Durante o dia, o vulcão se parece com qualquer outro, porque apenas as chamas são azuis e não a lava.

https://www.youtube.com/watch?v=qmkmStZc240

Um lado obscuro do Kauah Ijen

Parte do objetivo do documentário era chamar a atenção para as péssimas condições de trabalho dos mineradores, eles eram regularmente expostos ao dióxido de enxofre e vários outros gases tóxicos, sem nenhum tipo de proteção. Os trabalhadores carregavam cerca de 80 quilogramas pedras da montanha, todos os dias, com cargas horárias de trabalho de até 12 horas, ganhando entre 5 e 6 dólares por dia, em lugar em que a renda média diária é de 13 dólares.

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Os mineiros passam meses ou até  anos trabalhando na montanha, os efeitos da exposição a gases tóxicos juntamente com as péssimas condições de trabalho durante todo esse tempo podem ser devastadores.

 

FONTES / National Geographyc / Smithsonian

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