O fóssil da pena mais antiga já encontrada está presa ao solo há cerca de 150 milhões de anos. Desde que foi descoberto, quase tudo sobre a pena fóssil permaneceu incerto.
Os cientistas vêm tentando descobrir com assertividade a qual dinossauro do Jurássico Superior a pena pertence há décadas. No ano passado, o debate ficou mais acirrado após uma equipe de pesquisadores argumentar que o fóssil não pertencia ao Archaeopteryx lithographica – famoso por ser ‘o primeiro pássaro’.
Mas uma nova pesquisa afirma que a pena isolada realmente tem o formato das penas primárias do Archaeopteryx. Além do mais, a pena foi encontrada no mesmo local fóssil de quatro esqueletos dessa espécie.
Do mesmo modo, a localização por si só é uma explicação mais possível do que uma nova espécie irrefutável, argumenta a nova pesquisa.
Pena seria compatível com a asa do Archaeopteryx
O novo artigo argumenta que a pena poderia, de fato, caber em uma asa do Archaeopteryx pela combinação da pena com vários espécimes, alguns dos quais vêm do mesmo local fóssil.
Tanto em tamanho, quanto em forma, dizem os pesquisadores, ela se assemelha às principais penas ocultas primárias (penas externas que ajudam a suavizar o fluxo de ar sobre as asas e cauda) de outros Archaeopteryx que foram encontrados com marcas de penas em outros lugares.
Além do debate dos últimos 159 anos se esta pena pertence ou não a mesma espécie dos esqueletos do Archaeopteryx, também queremos saber de onde ela veio e sua cor original no corpo, disse Ryan Carney da University of South Flórida.
Por meio de um trabalho de detetive científico que combinou novas técnicas com fósseis e literatura antigos, os pesquisadores foram capazes de finalmente resolver esses mistérios centenários.
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Bem como pesquisas anteriores previram que a pena era provavelmente preta, uma reanálise do padrão de corpos de pigmento capturados pelo fóssil reforçou essas interpretações. Também foi observado ser improvável que a tonalidade fosse muito iridescente ou brilhante.
Curvatura da pena fóssil
Uma das partes mais controversas deste fóssil é a perda de sua pena ou linha central, que se dissolveu desde sua descoberta.
No estudo publicado no ano passado, os pesquisadores argumentaram que a curvatura da pena era muito severa para um Archaeopteryx.
O novo artigo traz como novidade que a curva das penas é altamente variável entre as espécies, especialmente na asa superior. Além disso, a curva c elaborada pela última equipe estava incorreta.
No novo estudo, essa curva é sobreposta a forma de c com uma linha central “corrigida”, que os autores reconstruíram a partir do fóssil tirando uma imagem de fluorescência estimulada por laser.
“Esta nova linha central é substancialmente diferente da apresentada originalmente”, escrevem os autores.
De qualquer modo, ainda falta para que o debate sobre a pena fóssil mais antiga já encontrada termine, embora o novo estudo publicado na Scientific Reports e a maioria das novas pesquisas afirmem terem resolvido a questão de longos 150 anos.
