A gata mais velha do mundo faz 30 anos — o segredo para uma vida longa que você precisa conhecer

No campo da biologia felina, atingir três décadas de vida é um feito estatisticamente raro que desafia as normas de longevidade. Flossie, uma gata britânica que acaba de completar 30 anos, mantém o posto de felina viva mais velha do mundo, superando em mais de duas vezes a expectativa média de sua espécie.

Nascida em 29 de dezembro de 1995, Flossie teve sua trajetória oficialmente validada pelo Guinness World Records em novembro de 2022. Na ocasião, Naomi Rosling, da organização Cats Protection, relatou o espanto da equipe ao confirmar os registros veterinários que já apontavam que o animal estava prestes a completar 27 anos.

Atualmente, a gata compartilha a mesma idade de sua tutora, Vicki Green. Embora a expectativa de vida comum para gatos domésticos gire em torno de 14 anos, fatores como genética, dieta e ambiente podem estender esse período. No entanto, alcançar a marca dos 30 anos coloca Flossie em um patamar de exceção científica.

Adaptação e resiliência na idade avançada

O processo de envelhecimento trouxe limitações sensoriais para a recordista, que hoje é surda e possui visão parcial. Apesar desses desafios biológicos, Flossie demonstra uma vitalidade notável. Segundo Green, a gata mantém uma rotina ativa e ignora degraus adaptativos, preferindo saltar diretamente para os móveis da casa.

Em depoimento ao periódico The Guardian, Vicki Green admitiu que esperava ter pouco tempo de convivência ao adotar o animal idoso. “Pensei que ela teria apenas mais alguns meses”, afirmou a tutora.

Para a surpresa de especialistas e da própria dona, a felina continua firme, o que Green atribui à sorte e ao histórico de afeto recebido.

A ciência ainda busca entender os limites da vida felina. Embora Flossie seja a detentora do título atual, o recorde histórico pertence a Creme Puff, que viveu impressionantes 38 anos e três dias. O caso de Creme Puff, documentado nos Estados Unidos, é frequentemente debatido por conta do estilo de vida peculiar imposto por seu dono.

O debate sobre hábitos e longevidade

Jake Perry, o tutor de Creme Puff, alegava que a longevidade de seus animais — que incluía outro gato recordista — devia-se a uma dieta exótica. O cardápio envolvia ovos, bacon de peru, brócolis e até gotas de vinho tinto. Tais práticas, contudo, carecem de respaldo científico e não são recomendadas por especialistas em saúde animal.

Diferente das abordagens dietéticas duvidosas de Perry, o caso de Flossie parece fundamentado em uma combinação de resiliência biológica e cuidados convencionais. A trajetória da gata reforça que, além da genética, o bem-estar e a estabilidade ambiental são pilares fundamentais para que animais domésticos superem suas barreiras cronológicas.