Em 1991 houve uma grande erupção no Monte Pinatubo, um grande vulcão nas Filipinas. Esta foi sua primeira erupção em 600 anos, causando uma grande devastação na área, matando mais de 300 pessoas e desabrigando milhares. As explosões jogaram a fumaça a mais de 40 quilômetros de altura.
Dois meses após a erupção, seu material cobriu mais de 40% do planeta, causando diversos efeitos atmosféricos. Em 1 ano, atingiu a cobertura global. A cobertura das nuvens do vulcão causou uma queda de 0,6 grau Celsius na temperatura global. Parece uma variação pequena, mas lembre-se que isso é a média de todo o planeta. Além disso, pequenas variações na temperatura atmosférica global podem causar grandes transtornos ambientais e na agricultura, afetando a alimentação de várias nações.
Em 1815, o Vulcão Tambora, na Indonésia, sofreu também uma grande erupção. Os gases expelidos pelo vulcão também baixaram a temperatura global, causando geadas no verão e pasmem, contribuíram para a derrota de Napoleão em Waterloo, pois bagunçou o clima, causando frio e grandes chuvas. 1816 foi chamado de “o ano sem verão”.
Estes são dois dos mais recentes exemplos dos efeitos de um inverno vulcânico. Quanto ao inverno nuclear, felizmente nunca o vivenciamos.
Inverno nuclear
Uma bomba nuclear eleva à atmosfera partículas radioativas, poeira de diversas origens e muita fumaça. Além disso, uma série de explosões nucleares causariam bolas de fogo e incêndios em larga escala, lançando fuligem, poeira e fumaça na atmosfera.
Inverno nuclear é o nome dado aos resfriamentos e às consequentes alterações climáticas causadas pela elevação desse material à atmosfera por uma série de explosões nucleares. Uma guerra nuclear, além da devastação que causaria como guerra — destruição de prédios, infraestruturas, crises políticas e sociais, mortes, etc. —, causaria uma grande redução na temperatura atmosférica global.
Inverno vulcânico
Inverno vulcânico é o nome dado a um efeito parecido com um inverno nuclear, mas provocado por cinzas vulcânicas. Uma erupção grande lança, na atmosfera, toneladas e mais toneladas de poeira e gases de diversas composições diferentes. Esses gases e poeira que estavam alojados anteriormente dentro da Terra, quando liberados à atmosfera, causam diversos efeitos climáticos, e essa grande queda denomina-se inverno vulcânico.
Mas os gases não causam o efeito estufa?
Mas eu sempre ouvi dizer que os gases na atmosfera elevam a temperatura. Como esses gases esfriam o planeta?
Bom, quando temos um lançamento contínuo, mas não tão grande de gases de efeito estufa na atmosfera, temos uma elevação da temperatura atmosférica. Os raios solares adentram a atmosfera e se prendem aqui por causa da propriedade de alguns gases. O efeito estufa é importantíssimo para a manutenção da vida, e ocorre naturalmente. Aquecimento global é o nome do efeito estufa amplificado, quando deixa de ser positivo.
No entanto, quando o lançamento desses gases e partículas é muito grande e essa nuvem se torna muito densa, o efeito é contrário. Ao invés de prender a radiação solar dentro da Terra, não a deixamos passar. Com isso, temos um efeito de redução na temperatura global.
Diferenças entre um inverno nuclear e um inverno vulcânico
Imagine cidades e mais cidades em chamas. A fuligem e a fumaça lançadas na atmosfera são muito densas. Além disso, após uma série de explosões, as fontes desse material são muito mais do que as fontes de liberação de fumaça de um vulcão. Portanto, em primeiro lugar, um inverno nuclear duraria por mais tempo do que um inverno vulcânico.
Um inverno nuclear seria muito mais apocalíptico e traria muito mais transtornos para os seres humanos, atrapalhando ainda mais a agricultura do que os exemplos de invernos vulcânicos – mesmo os mais pesados, que nem foram citados nesse texto. Já vivemos alguns invernos vulcânicos, e nenhum deles trouxe o apocalipse. Um inverno nuclear não seria tão benevolente assim.