Uma nova espécie de sapo-pulga foi descoberta na Mata Atlântica brasileira por pesquisadores do Laboratório de História Natural de Anfíbios Brasileiros (LaHNAB), do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp. Um estudo que descreve a espécie recém descoberta foi publicado na revista Zoological Science.
Este minúsculo anfíbio, batizado de Brachycephalus dacnis, mede apenas 6,95 milímetros de comprimento quando adulto. O que o torna o segundo menor vertebrado conhecido. Ficando atrás somente da espécie Brachycephalus pulex, encontrada na Bahia e descrita em janeiro.
A descoberta ocorreu durante pesquisas realizadas entre junho de 2021 e maio de 2022 em Ubatuba, no litoral paulista. Os cientistas foram atraídos pelas vocalizações únicas desses sapos diminutos, que se escondem na serapilheira do chão da floresta.
O Brachycephalus dacnis pertence ao gênero dos sapos-pulga, conhecido por suas espécies extremamente pequenas. Alguns membros deste grupo não chegam a 1 centímetro de comprimento quando adultos. O nome da nova espécie homenageia o Projeto Dacnis, uma ONG dedicada à conservação da Mata Atlântica.
Apesar de seu tamanho minúsculo, esses sapos compartilham características de sapos maiores, mas com algumas diferenças notáveis. Eles passaram por um processo evolutivo de miniaturização, que resultou na perda, redução ou fusão de ossos, além de terem menos dedos e ausência de outras partes anatômicas.
Uma peculiaridade interessante desses sapos é que eles não têm fase de girino. Os filhotes nascem diretamente dos ovos como versões ainda menores dos adultos, já totalmente formados.
Os pesquisadores acreditam que pode haver mais espécies de sapos-pulga ainda não descobertas. Seu tamanho diminuto e sua capacidade de se camuflar na serapilheira tornam sua detecção um desafio. Esta diversidade oculta ressalta a importância de descrever o máximo possível de características dessas criaturas para facilitar futuras identificações e trabalhos de conservação.
A descoberta do Brachycephalus dacnis não apenas expande nosso conhecimento sobre a biodiversidade da Mata Atlântica, mas também desafia nossa compreensão sobre os limites do tamanho corporal em vertebrados. Cada nova espécie encontrada neste gênero tem o potencial de estabelecer novos recordes de miniaturização entre os vertebrados.