Pítons birmanesas esticam suas bocas AINDA MAIS do que pensávamos ser possível

Damares Alves
O professor da UC Bruce Jayne posa com um espécime de píton birmanesa com uma abertura de 22 centímetros, à direita, em comparação com um espécime ainda maior com uma abertura de 26 centímetros. Imagem: Bruce Jayne

Um estudo recente da Universidade de Cincinnati revelou que as pítons birmanesas podem abrir suas mandíbulas até 26 centímetros de diâmetro, superando estimativas anteriores.

Essa descoberta tem implicações sérias para o ecossistema local. As pítons já causam estragos nas populações de raposas, linces e guaxinins. Agora, sabe-se que podem devorar animais ainda maiores, como veados e até jacarés.

O professor Bruce Jayne, autor do estudo, explica que esse aumento de 18% no diâmetro da mandíbula representa um crescimento de 40% na área total da abertura. Para visualizar, imagine uma calça com cintura de 81 centímetros. Isso é muita coisa.

A anatomia única dessas cobras permite tal façanha. Sua mandíbula inferior não é fundida na frente, e a pele é extremamente elástica. Essas adaptações permitem que elas engulam presas muito maiores que outras espécies de tamanho similar.

Os pesquisadores observaram uma píton devorando um veado de 35 quilos, equivalente a dois terços de sua própria massa. Ian Bartoszek, coautor do estudo, descreve a cena: “Ver um predador invasor engolindo um veado adulto na sua frente é algo que você nunca esquece”.

Na imagem, uma píton de quase 4,6 metros de comprimento devora um veado de 35 quilos. Imagem: Ian Bartoszek/Conservancy of Southwest Florida
Na imagem, uma píton de quase 4,6 metros de comprimento devora um veado de 35 quilos. Imagem: Ian Bartoszek/Conservancy of Southwest Florida

Jayne sugere que pítons ainda maiores podem existir na Flórida, onde elas são uma espécie invasora, potencialmente capazes de comer veados de até 54 quilos. Essa voracidade preocupa conservacionistas, pois ameaça a vida selvagem nativa.

O impacto ecológico dessas cobras é inegável. Bartoszek afirma que é um dos principais problemas de conservação no ecossistema das Everglades. Entender o tamanho das presas que essas cobras podem consumir ajuda a prever e possivelmente mitigar seus efeitos no ambiente.

O estudo não apenas revela a incrível capacidade das pítons birmanesas, mas também alerta para as consequências de sua presença na fauna local.

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