Enorme tela de 100 polegadas será 10 vezes mais barata que OLED, dizem cientistas

Daniela Marinho
Imagem: Jackyenjoyphotography / Getty Images

Cientistas descobriram uma maneira inovadora de criar telas transparentes e grandes por um custo muito mais baixo. Eles acreditam que essa nova tecnologia poderá resultar em TVs transparentes e acessíveis em um futuro não tão distante.

A chave para essa inovação é um novo tipo de material de filme. Usando essa tecnologia, os pesquisadores buscam produzir uma tela nano transparente (NTS) de 100 polegadas. Essa tela é extremamente fina, com a espessura correspondente à espessa de um fio de cabelo humano, o que a torna quase imperceptível quando vista de lado.

Apesar de sua espessura mínima, o NTS é capaz de exibir imagens com alta resolução, oferecendo uma qualidade de cor e clareza de luz exclusiva. Isso significa que as imagens mostradas na tela são vibrantes e nítidas, proporcionando uma experiência visual impressionante.

Além de serem mais baratas que as telas OLED transparentes atualmente disponíveis no mercado, essas novas telas também são mais eficientes em termos de produção.

Transparência ajustada

Além de ter uma aparência leve e flexível, a nova tela transparente possui um recurso impressionante: sua transparência pode ser ajustada conforme necessário. Quando está em seu estado mais opaco, a tela pode exibir um nível máximo de detalhes, proporcionando uma experiência visual excepcional.

Outra característica interessante é sua alta reflexividade à luz direcionada. Isso significa que, quando um projetor potente ilumina a tela, ela produz imagens extremamente nítidas e claras. Essa propriedade é especialmente útil em ambientes onde a qualidade da projeção é indispensável.

Ademais, a tela oferece um ângulo de visão de 170 graus, permitindo que as imagens sejam nítidas de quase qualquer posição. Isso significa que não importa de que lado você esteja assistindo, a qualidade da imagem permanece consistente e sem perdas.

Nanopartículas de dióxido de titânio

Pesquisadores do Instituto Coreano de Máquinas e Materiais (KIMM), em parceria com a empresa privada Meta2People, deram um grande passo para a comercialização da NTS. Eles desenvolveram um método de fabricação conhecido como “rolo a rolo”, onde uma folha de filme é tratada com pequenas partículas de dióxido de titânio.

Tais nanopartículas são fundamentais para garantir a durabilidade do NTS e aprimorar a qualidade óptica do filme. De acordo com os cientistas, é garantido que as imagens projetadas na tela permaneçam nítidas e claras. Outro ponto importante é que o filme é revestido com um material especialmente conhecido como filme de cristal líquido disperso em polímero (PDLC).

O PDLC tem uma característica exclusiva: ao ser aplicado em um campo elétrico, ele pode se tornar mais ou menos transparente. Isso permite que a tela ajuste seu nível de opacidade, exibindo mais detalhes quando necessário. Esse recurso é particularmente vantajoso para os usuários que desejam uma visualização mais detalhada das imagens na tela.

A combinação dessas tecnologias de ponta resulta em uma tela que não é apenas durável e de alta qualidade, mas também oferece flexibilidade e controle sobre a transparência. Isso se torna ideal para uma variedade de aplicações, desde TVs até displays publicitários.

Custo benefício

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Imagem: Instituto Coreano de Máquinas e Materiais (KIMM)

Os pesquisadores afirmaram que adquirir telas OLED transparentes custaria cerca de KRW 100 milhões (aproximadamente R$ 349.200). Contudo, o novo painel desenvolvido por eles custaria apenas um décimo desse valor. Isso se deve ao fato de que o processo de fabricação é relativamente simples e fácil de replicar, alegaram os cientistas.

Esse método de produção pode ser aplicado utilizando as condições de fabricação já existentes e é altamente resistente a temperaturas extremas, tanto de calor quanto de frio.

Jun-Ho Jeong, pesquisador principal da KIMM, disse em um comunicado que “A tecnologia para fabricação de NTSs é uma tecnologia de ponta e inovadora criada por meio da combinação de nanomateriais e tecnologia de nanofabricação com tecnologias de TI existentes […] No futuro, focaremos em pesquisa e desenvolvimento para melhorar continuamente a qualidade dos NTSs e liderar a popularização de telas transparentes.”

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