No último dia 8, ocorreu um eclipse total do Sol. Entretanto, ele só foi visto da América do Norte (Canadá, EUA e México) e alguns pontos do Oceano Pacífico, e do Oceano Atlântico, sem nenhuma outra área continental podendo observá-lo – por isso foi pouco coberto pela mídia no Brasil. Entretanto, nos EUA ele foi altamente esperado, já que muitas áreas do país tiveram uma vista privilegiada do fenômeno e dezenas de milhões de pessoas puderam vê-lo.
Um eclipse solar total é quando a Lua se alinha perfeitamente com o Sol, tampando-o por alguns minutos. O fenômeno ocorre a cada 18 meses e transforma o dia em uma escuridão nos privilegiados pontos em que ele pode ser visto em sua totalidade.
Esses momentos são bastante especiais para os cientistas, pois com o Sol ofuscado pela Lua, se tem uma visão extremamente clara da coroa solar, e as observações nesses raros momentos e registros em todos os espectros possíveis permitem estudar mais sobre a coroa solar. Esse é o principal estudo feito durante um eclipse total do sol, mas também se pode realizar experimentos dentro e fora do campo da física, como por exemplo, observar o comportamento dos animais selvagens com a escuridão repentina.
O eclipse gerou muitas fake news nas mídias sociais devido a uma medida tomada pelo estado do Texas. O estado declarou emergência para o dia do eclipse, alertando para problemas no tráfego e falta de suprimentos pelo estado. Isso gerou, entre conspiradores das redes sociais, uma desconfiança. Entretanto, só foi declarada emergência porque pela visibilidade do eclipse, muita gente gostaria de assisti-lo, o que poderia gerar congestionamentos que trariam outros problemas.
Um eclipse solar total visto do espaço
E se fotos são tiradas daqui de baixo, por que não tirar fotos também do espaço? Daqui da Terra já sabemos muito bem como é a visão, mas apenas os astronautas à bordo da ISS já experimentaram um eclipse solar total visto do espaço ao vivo.
“A Estação Espacial Internacional subiu à sombra da Lua durante o eclipse solar na tarde de segunda-feira. Os membros da tripulação da Expedição 71 tiveram a oportunidade de ver a sombra no final de seu dia de trabalho repleto de transferências de carga, manutenção de trajes espaciais e pesquisas de microgravidade”, relata um artigo da NASA no blog da agência.
“As janelas da cúpula, a “janela para o mundo” do posto avançado orbital, estavam abertas e os engenheiros de voo da Nasa, Matthew Dominick e Jeanette Epps, estavam dentro fotografando e filmando a sombra da Lua na Terra, ou umbra, abaixo deles. Eles estavam orbitando 260 milhas acima do sudeste do Canadá enquanto a umbra da Lua estava se movendo do estado de Nova York para a [ilha] Terra Nova”, diz a agência espacial dos EUA.
No X, antigo Twitter, a NASA publicou um vídeo de como é a vista do eclipse a partir da perspectiva dos astronautas.
Em uma transmissão ao vivo da NASA, os comentaristas questionam: “Dificilmente posso imaginar uma visão melhor do que a que temos agora, mas se há uma, é da Estação Espacial”.
Em seguida, no segundo vídeo, a NASA continuou o fio com um vídeo para sanar a dúvida dos comentaristas e daqueles que os ouviam.
“A estação espacial experimentou uma totalidade de cerca de 90% durante seu período de sobrevoo. As vistas do eclipse solar em si, a Lua orbitando diretamente entre o Sol e a Terra, só eram acessíveis através de um par de janelas no segmento Roscosmos da estação espacial, que pode não ter sido acessível devido a restrições de carga”, explica a NASA em seu blog.