Uma equipe de arqueólogos fez uma descoberta inovadora em Zug, Suíça, desenterrando muralhas de pedra do Império Romano que remontam a quase dois milênios. Essa descoberta, descrita como uma “sensação arqueológica”, tem o potencial de lançar luz sobre a presença romana no centro da Suíça.
Durante as escavações em uma mina de cascalho em Äbnetwald, os pesquisadores se depararam com os restos das muralhas romanas que provavelmente serviam como proteção para um complexo de edifícios.
Juntamente com as muralhas, vários artefatos foram encontrados, incluindo pregos de ferro, fragmentos paredes de gesso, peças de ouro que se acredita serem de joias, vidros, louças, tigelas e ânforas, segundo um comunicado de imprensa.
O local também revelou evidências de residentes de elite, como indicado pela descoberta de louças romanas importadas conhecidas como terra sigillata e vasos de vidro ricamente trabalhados.
A presença de ânforas, tradicionalmente usadas para armazenar molho de peixe, vinho ou azeite, sugere que o comércio entre os romanos da região e os países do Mediterrâneo estava ativo.
A equipe observou que a escolha desta posição elevada perto de Äbnetwald como local para construção não foi surpreendente. Ela oferecia uma excelente vista panorâmica da paisagem circundante.
Além disso, a presença de uma colina de cascalho já habitada vários milhares de anos antes da chegada dos romanos indica sua atratividade como um terreno privilegiado.
Abrangendo uma área de pelo menos 1,62 km quadrados, o propósito do local ainda é incerto. Christa Ebnöther, professora de arqueologia da Universidade de Berna, especula que poderia ter sido uma vila com vista para um templo.
O fato de algumas pedras serem visíveis acima do solo é notável, já que relíquias estruturais semelhantes do período romano são raramente encontradas na região pré-alpina.
Além das muralhas e artefatos, várias moedas de bronze e cobre foram descobertas. Entre elas estava um denário de prata cunhada no governo de Júlio César durante o primeiro século antes da era comum.
Essa moeda em particular retrata um elefante pisoteando em uma cobra ou dragão. Escavações arqueológicas anteriores na área também renderam outras descobertas significativas, incluindo moedas antigas celtas, restos de um assentamento da Idade do Bronze e evidências de sepultamentos do final da Idade do Bronze.