Um patologista veterinário encontrou, recentemente, um grande pedaço de âmbar cinza em um cachalote encalhado na ilha espanhola de La Palma. Esta substância cerosa cinza, secretada por cachalotes, tem valor significativo no mercado.
O âmbar cinza é uma substância formada no estômago e intestino delgado dos cachalotes para proteger suas paredes digestivas. Ao se alimentarem principalmente de cefalópodes como lulas e polvos, essas baleias também ingerem os “bicos” desses animais, compostos por queratina insolúvel. Normalmente, as baleias regurgitam esses objetos, mas quando isso não acontece, o ácido gástrico e enzimas presentes levam à oxidação e polimerização dessa queratina, resultando no âmbar cinza.
Essa substância é excretada pelos cachalotes através do vômito ou fezes. Inicialmente macio e cheiroso, com o tempo o âmbar endurece e se transforma em uma substância sólida acinzentada.
Um tesouro valioso
O aroma distinto do âmbar cinza, frequentemente descrito como almiscarado, doce e complexo, é altamente valorizado na indústria de perfumes. Além disso, sua utilização como fixador em perfumes de alta qualidade ajuda a prolongar a vida e estabilidade dos aromas. Por esses motivos, a substância pode alcançar preços muito elevados.
A descoberta desse pedaço de âmbar cinza em específico, pesando cerca de 9,5kg, pode valer aproximadamente US$ 550 mil, segundo o The Guardian. É importante ressaltar que a venda do âmbar cinza é legal em muitos países, incluindo a União Europeia, onde estão localizadas as Ilhas Canárias.
Antonio Fernández Rodríguez, o pesquisador responsável pela descoberta, pretende vender o âmbar e utilizar os dinheiro para apoiar as vítimas da erupção vulcânica ocorrida em La Palma em 2021.