Fósseis de “ouro” revelam processo de fossilização há 183 milhões de anos

Damares Alves
Imagem: Rowan Martindale

Fósseis de 183 milhões de anos encontrados no Xisto de Posidonia, no sudoeste da Alemanha, têm deixado cientistas perplexos. O revestimento de ouro brilhante nos fósseis, que antes se pensava ser ouro de tolo, revelou uma resposta mais surpreendente, segundo uma nova pesquisa.

Os fósseis de tons dourados encontrados no Konservat-Lagerstätten, que são depósitos geológicos extremamente raros, são principalmente compostos de minerais de fosfato, e não de pirita, como se pensava anteriormente.

A equipe usou microscópios eletrônicos de varredura para examinar mais de perto esses espécimes brilhantes e descobriu que a fosfatização aconteceu no limite das condições anóxicas e oxigenadas dentro do próprio sedimento, e que o oxigênio foi crucial para a preservação desses fósseis no xisto de Posidonia.

Os pesquisadores acreditam que a anóxia causa a preservação excepcional, mas não ajuda diretamente, tornando o ambiente propício para uma fossilização mais rápida, o que leva à preservação. No entanto, é a oxigenação que está aumentando a preservação.

As condições anóxicas ajudaram a fossilizar esses espécimes, mas um influxo de oxigênio era necessário para incentivar os processos químicos necessários para esse tipo de fossilização. Isso sugere que inicialmente o fundo do mar era anóxico, mas que o oxigênio foi crucial para a preservação desses fósseis no xisto de Posidonia.

Esses fósseis revelam pistas sobre o ambiente que eles formaram há milhões de anos. A equipe acredita que a fosfatização aconteceu no limite das condições anóxicas e oxigenadas dentro do próprio sedimento, e que o oxigênio foi crucial para a preservação desses fósseis no xisto de Posidonia.

Eles também acreditam que essas condições são responsáveis por trazer à tona o brilho dourado dos fósseis, que antes se pensava ser devido à presença de pirita. Essa descoberta muda drasticamente nossa visão desse famoso depósito fóssil e nos ajuda a entender melhor como esses fósseis foram formados.

A pesquisa foi liderada pelo coautor do estudo Rowan Martindale, professor associado da Escola de Geociências Austin Jackson da Universidade do Texas, e pela coautora Sinjini Sinha, estudante de doutorado na Jackson School. Eles passaram dias procurando os framboides no fóssil e descobriram que a composição desses fósseis revela pistas sobre o ambiente que eles formaram há milhões de anos.

Essa descoberta é importante porque ajuda a entender melhor como os fósseis são formados e preservados, e pode levar a novas descobertas no futuro. Além disso, ela nos ajuda a entender melhor a história da vida na Terra e como ela evoluiu ao longo do tempo. A pesquisa foi publicada na Earth Science Reviews e é um exemplo de como a ciência pode nos surpreender e nos ensinar coisas novas, mesmo sobre coisas que pensávamos conhecer bem.

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