O mais antigo esqueleto de morcego revela nova espécie de 52 milhões de anos

Letícia Silva Jordão
Imagem: Rietbergen et al.

Até hoje, o esqueleto de morcego mais antigo encontrado pelos cientistas possui cerca de 52 milhões de anos e foi recuperado em Wyoming, nos Estados Unidos. Mas, além da sua idade avançada, esse esqueleto nos mostra uma nova espécie de morcego que era desconhecida pelos cientistas.

Os estudos e análises feitos neste fóssil revelaram que ele tem características distintas de outros espécimes de morcego atuais, mostrando que ele poderia ser uma variação importante a ser estudada mais a fundo.

Esqueleto de morcego foi encontrado em um lago arqueológico

O antigo esqueleto de morcego foi originalmente encontrado no Eoceno Lagerstätte da Formação Green River. Ele é um importante sítio paleontológico que preserva diversos fósseis estudados pelos por paleontólogos.

Nos últimos séculos, os pesquisadores conseguiram encontrar cerca de 30 fósseis de morcegos neste sítio. No entanto, todos eles pertenciam a duas espécies de morcegos.

Porém, dois novos esqueletos de morcegos descobertos no local não se encaixavam nas características das espécies já descobertas, mostrando assim que ele se tratava de uma nova espécie de morcego.

Essa nova espécie pertence à família Icaronycteris e são considerados os morcegos mais antigos já recuperados. Mas o que faz dessa descoberta especial é o fato de que foi possível encontrar fósseis completos desses morcegos. Antes disso, somente os dentes dos espécimes eram achados e usados para estudo.

A nova espécie tem algumas características diferentes

Uma das principais diferenças do esqueleto de morcego encontrado é o seu tamanho. Ele é menor que outros espécimes e ainda tem uma garra no dedo da asa.

Além disso, ele possui antebraços curtos, asas largas e uma dentição distinta. Mas, apesar dos cientistas terem descoberto vários detalhes sobre ele, seu crânio não pode ser analisado por estar esmagado.

Por fim, os cientistas estimam que o animal pesava de 22 a 29 gramas. O esqueleto de morcego encontrado já recebeu um nome para sua espécie: Icaronycteris gonnelli. O nome foi dado em homenagem a Gregg Gunnell. 

Ele trabalha no Museu de Paleontologia da Universidade de Michigan como gerente de coleções de vertebrados. Durante a pesquisa, ele deu inúmeras contribuições que facilitaram a compreensão dos morcegos fósseis.

A pesquisa foi publicada no periódico PLoS ONE.

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