Todos sabemos que a fotossíntese é o processo pelo qual as plantas convertem o dióxido de carbono em água e oxigênio que elas usam como energia. Para isso elas usam a luz do Sol e fotossistemas para criar as reações químicas necessárias para o processo acontecer.
No entanto, um novo estudo mostrou que a fotossíntese não funciona como pensamos. Existe uma etapa no processo que funciona de forma diferente de como os cientistas haviam estudado anteriormente.
Uma etapa da fotossíntese não funciona como pensamos
O estudo que mostra que a fotossíntese não funciona como pensamos foi publicado na revista Nature. A princípio, a equipe de pesquisadores tentavam descobrir como as quinonas (pequenas moléculas que roubam elétrons no processo químico) poderiam afetar a fotossíntese.
Para isso, os pesquisadores utilizaram uma nova técnica conhecida como espectroscopia de absorção transiente ultrarrápida. Ela permite que a fotossíntese seja estudada em uma escala de tempo de um quadrilionésimo de segundo.
No entanto, o estudo que deveria descobrir mais sobre as quinonas acabou revelando que os elétrons poderiam ser liberados dos fotossistemas mais cedo do que os cientistas acreditavam acontecer.
A coautora do estudo, Jenny Zhang ficou impressionada com a descoberta. “Pensamos que estávamos apenas usando uma nova técnica para confirmar o que já sabíamos. Em vez disso, encontramos um caminho totalmente novo e abrimos um pouco mais a caixa preta da fotossíntese”.
Pesquisa abre novos caminhos
Para entender a descoberta, precisamos compreender sobre os fotossistemas que são usados durante a fotossíntese: o fotossistema I (PSI) e o fotossistema II (PSII).
Aqui, o PSII fornece elétrons ao PSI onde ele os retira das moléculas de água. Assim, o PSI deixa os elétrons excitados antes de liberá-los para serem dados ao dióxido de carbono para a criação de açúcares.
Antigamente, pesquisas indicavam que o andaime de proteína dos dois fotossistemas eram espessos, o que levava a manter os elétrons dentro deles por mais tempo antes de serem repassados.
Mas, com o uso da nova tecnologia, foi visto que esse andaime de proteína não é tão espesso quando se pensava, fazendo com que os elétrons escapem dos fotossistemas quase que ao mesmo tempo após a luz ser absorvida pela clorofila dos fotossistemas.
Dessa forma, o estudo mostrou que os elétrons podem ir até o seu destino de forma ainda mais rápida.
A partir dessa descoberta, foi possível abrir caminhos para novas pesquisas. Os cientistas acreditam que ao aprender mais sobre o processo será possível produzir plantas mais resistentes à luz solar ou que criem fontes de energia renováveis que combatam as mudanças climáticas.