Você já imaginou a infinidade de seres que podem existir sob seus pés? Pois uma equipe de cientistas não só imaginou como também calculou quantos seres existem no subsolo. E, para surpresa de todos, foi descoberto um verdadeiro ecossistema subterrâneo na Terra.

Os pesquisados mostraram em seu estudo que a vida subterrânea é mais diversa do que se imagina e muito maior do que a vida na superfície do nosso planeta. Nela vivem bilhões e bilhões de microrganismos que conseguem sobreviver às condições mais extremas de vida na Terra.

Ecossistema subterrâneo abriga o maior número de micróbios

Para fazer a descoberta deste grande ecossistema subterrâneo, os cientistas tiveram que fazer um cálculo que mostrasse a porcentagem de micróbios que existem no planeta no subsolo.

Sendo assim, para realizar tal feito a equipe reuniu diversos estudos anteriores que analisaram o subsolo terrestre e marítimo a até 5 quilômetros de profundidade.

A partir dessa análise eles chegaram a um número que foi mostrado na reunião anual da União Geofísica Americana. Assim, os pesquisadores relataram que cerca de 70% de todos os micróbios do planeta ficam localizados neste ecossistema subterrâneo.

Esse número representa cerca de 15 a 23 bilhões de toneladas de carbonos, representando centenas de vezes mais do que a massa que os seres humanos têm na superfície. Além disso, este ecossistema subterrâneo tem um volume muito maior do que todos os oceanos existentes.

A diversidade de genes no ecossistema surpreende cientistas

Apesar do número ser grande, os cientistas ainda não conseguiram descrever muito bem estes microrganismos, sendo possível ter identificado apenas alguns deles. Isso mostra que a diversidade de seres no ecossistema subterrâneo deve ser bem grande, sendo possível encontrar diversas bactérias e seus primos dominando o subsolo.

Além delas, os pesquisadores também conseguiram identificar um grande número de eucaria no ecossistema além de somente bactérias. Mas, pelo número de seres, é possível dizer que a diversidade genética que deve existir no subterrâneo é muito maior do que a vida aqui na superfície.

Isso surpreende os cientistas já que não era imaginado antes que tanta vida poderia existir em um ambiente nada propício para isso. O subsolo não tem luz, produz poucos nutrientes e é mais quente que a superfície. Mesmo assim, foi possível encontrar formas de vida nele apesar das condições difíceis.

Essa descoberta ajuda a mostrar quais limites a vida na Terra tem e o poder que os genes têm de se adaptar a diversos tipos de ambientes, mesmo aqueles mais penosos.

Segundo Rick Colwell, ecologista microbiano, o estudo desses micróbios “[…] produziram muito conhecimento novo, mas também uma percepção e apreciação muito maior de quanto ainda temos que aprender sobre a vida subterrânea”.

Apesar da descoberta, os cientistas ainda não sabem os efeitos desses microrganismos na vida da superfície.