A descoberta da antipartícula do elétron

Rafael Coimbra
Imagem: imagem: United States Department of Energy

Um dia, em 1932, em seu laboratório do Instituto de Tecnologia da Califórnia, o Dr. Carl Anderson estava ocupado com o registro de raios cósmicos, misteriosas partículas que atingem a terra em altíssima velocidades. Fotografava o que ocorria numa Câmara de Wilson, quando um raio cósmico atravessava uma chapa de chumbo, entrando, em seguida, num forte campo magnético.

Uma fotografia revelou um traço idêntico ao de um eléctron comum, com a diferença de que, quando se curvava com a influência a do campo magnético, fazia-o em direção oposta. Anderson deduziu que se tratava de um “eléctron positivo” (pósitron).

Os pósitrons vivem em apenas num instante de tempo. No momento em que um pósitron se encontra com um elétron, essas duas partículas antitéticas – por motivos ainda não plenamente compreendidos – aniquilam-se mutualmente, produzindo uma descarga de energia como já foi deduzido por Einstein na famosa equação: E= MC².

A energia equivalente de um elétron ou de um pósitron pode ser computada multiplicando o peso de um dos dois (9×10^-28 pelo quadrado da velocidade da luz = ~300 000 000 m/s). O choque suicida entre as duas partículas produziria “um MeV” = um milhão de elétron-volts.

A descoberta de que havia uma síntese direta para um elétron, confirmou de modo curioso, a simetria essencial da Física Nuclear; todavia, aumentou a complexidade. Para cada partícula, podia-se, agora, supor que havia, provavelmente, uma antipartícula; e levando essas especulações às suas últimas consequências, os físicos começaram jogar uma noção de que exista uma espécie de antimatéria.

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