A Ciência Computacional é certamente um dos maiores feitos da humanidade. Numa era em que a tecnologia é tão essencial e concede variados benefícios para a sociedade, a cada novo lançamento de projetos complexos, o fascínio é certo. Nesse viés, o quarto supercomputador mais rápido do mundo é um dos três sistemas pré-exascale anunciados pela EuroHPC Joint Undertaking e deu à Europa a participação de 50/50 entre os supercomputadores mais poderosos da Terra.
A máquina superpotente não é apenas um megacomputador, ela representa um salto quântico em potencial para a criação do primeiro computador exascale da Europa. A criação e o desenvolvimento do projeto se deu em conjunto entre a iniciativa EuroHPC e a Cineca – responsável por fornecer os supercomputadores mais rápidos do globo desde sua criação em 1969.
Quarto supercomputador mais poderoso da Terra
Chamado de “Leonardo“, em homenagem ao gênio e inesquecível Leonardo da Vinci, o quarto supercomputador mais rápido da Terra foi lançado na última quinta-feira (24) em Bolonha, no norte da Itália.
Construído em arquitetura projetada, desenvolvida pela empresa francesa de computação de alto desempenho Atos, o fascinante sistema já está online. Feito para atender às necessidades computacionais mais exigentes da comunidade de pesquisa científica, Leonardo tem os seguintes objetivos, de acordo com a Cineca:
- Sustentar a capacidade de computação para os pesquisadores italianos e europeus – o poder computacional do Leonardo aumentará as excelências científicas e a força industrial em toda a Europa;
- Ajudar na garantia de soberania da União Europeia em tecnologias estratégicas – a Computação de Alto Desempenho é crucial para alcançar progressos em pesquisa para a UE como um todo;
- Enfrentar desafios sociais relevantes e urgentes – Leonardo será uma ferramenta crítica para entender e responder a desafios complexos e transformá-los em oportunidades de inovação.
Ainda segundo a Cineca, o quarto supercomputador mais avançado do mundo “vai contribuir na mitigação e gestão de riscos decorrentes de situações extremas, eventos naturais, terremotos, tsunamis, eventos vulcânicos, inundações repentinas, e o combate a situações de pandemia e epidemias.”
Recursos técnicos
Leonardo é o quarto supercomputador mais rápido do mundo – atrás do Fugaki do Japão em segundo e da Frontier dos EUA em primeiro – mas o segundo supercomputador mais poderoso da Europa (atrás de seu irmão finlandês do sistema HPC “ LUMI ”).
Desse modo, Leonardo representa um dos mais poderosos sistemas de supercomputação do mundo, capaz de executar mais de 250 Petaflops; isto é, mais de 250 milhões de bilhões de operações por segundo. O sistema surge em meio à enorme quantidade de dados e a necessidade cada vez maior de serviços de processamento e armazenamento capazes e confiáveis.
O supercomputador tem dois módulos de computação principais: Booster e Data Centric, responsáveis por atender a uma enorme variedade de solicitações de computação e necessidades do usuário.
Além disso, os módulos são baseados em duas unidades de processamento de última geração. Uma versão personalizada das GPUs NVIDIA Ampere equipa o módulo Booster, enquanto o módulo Data Centric apresenta processadores Intel Sapphire Rapids de nova geração. Todo esse aparato arquitetônico são mecanismos poderosos que possibilitam o alto desempenho de Leonardo.
Supercomputador em números
Em resumo, os números do potente e rápido sistema são:
- 3.500 processadores Intel Xeon;
- 14.000 GPUs Nvidia A100;
- 4992 nós de computação Intel Ice Lake;
- 249 PFLOPS;
- Armazenamento de 100 Petabytes.
Pode-se concluir, portanto, que Leonardo foi criado e possui os parâmetros adequados para oferecer um serviço de computação de alto desempenho 24 horas por dia, 7 dias por semana durante toda a sua vida útil de 5 anos.
Processamento quântico
Embora o aparato tecnológico do supercomputador Leonardo seja extraordinário, o que mais chama a atenção é o fato de que a máquina possui atualizações de processamento quântico; isto é, Leonardo está programado para algumas atualizações quânticas sofisticadas.
Isso será possível graças à sua arquitetura chamada MSA (Modular Supercomputing Architecture). Ela permite, portanto, que o supercomputador seja conectado fisicamente a um computador quântico por meio de uma rede com fio numa integração chamada “co-localização”, na qual será viável o compartilhamento de muitas informações em alta velocidade.