Além de inúmeros filmes de ficção científica fantasiam com o lado oculto da Lua e uma cabana que nada mais era do que uma pedra, uma recente missão chinesa descobre esferas de vidro no satélite natural. Há dois anos, uma missão já apontava substâncias estranhas com formas cúbicas misteriosas, mas agora o câmera panorâmica do Rover Yutu-2 captou duas esferas intactas de vidro translúcidas em meio à poeira lunar.
Apesar de admirável, o vidro não é incomum no satélite, de acordo com o geólogo planetário Zhiyong Xiao. As bolotas possuem 15 a 25 milímetros de diâmetro, conforme o Futura Science, e suas características translúcidas e brilhosas são o grande diferencial das demais esferas de vidro já descobertas na Lua. Em contrapartida, as maiores já identificadas possuíam cerca de 40 milímetros de diâmetro, descobertas na missão Apollo 16.
Este objeto é de fato formado a partir de silicato, um material muito presente em nosso satélite. Portanto, a formação do vidro pode acontecer devido ao passado de extenso vulcanismo na Lua, o qual provavelmente gerou os conhecidos vidros vulcânicos. Ou o surgimento aconteceu devido a produção de calor intenso com o impacto de meteoritos na atmosfera, o que favorece a formação desse material. No entanto, a equipe responsável acredita que as estruturas se formaram a partir de vidro vulcânico, o qual derreteu e ficou translúcido após impacto com algum objeto.
“Como a primeira descoberta de glóbulos de vidro macroscópicos e translúcidos na Lua, este estudo prevê que esses glóbulos devem ser abundantes em todo o planalto lunar, fornecendo alvos de amostragem promissores para revelar a história inicial do impacto da Lua”, escrevem os pesquisadores.