Uma equipe de cientistas acaba de encontrar uma lula vivendo em profundidades recorde na Fossa das Filipinas. De acordo com as observações, o animal estava a 6.200 metros de profundidade.
Ainda em março de 2021, a equipe de pesquisadores explorando a Fossa das Filipinas fez o registro da lula, agora identificada como uma lula bigfin, do gênero Magnapinna. A pesquisa, publicada em dezembro do ano passado, no periódico Marine Biology, relata que esta é a maior profundidade na qual uma lula tenha sido observada.
Anteriormente, em 2014, cientistas encontraram um animal do mesmo gênero nadando a 4.700 metros de profundidade. Esse avistamento de 2014, aliás, fora o recorde de profundidade em que cientistas registraram qualquer espécie de lula. Pelo menos até agora.
Coincidentemente, o autor Alan Jamieson participou de ambas as descobertas, e registrou a imagem abaixo em 2014:
A nova observação aconteceu com o auxílio de um DSV Limiting Factor, o mesmo veículo submersível que chegou ao fundo da Fossa das Marianas carregando o explorador Victor Vescovo, em 2020. O objetivo do mergulho, contudo, era localizar os restos do USS Johnston, um navio americano que afundou na região em 1944, na Batalha do Golfo de Leyte.
Como uma lula sobrevive a essa profundidade?
A água é muito mais densa que o ar. A pressão atmosférica, nesse sentido, é basicamente o peso de todo o ar acima de você na atmosfera – ao nível do mar, o valor da pressão é de 1atm. No oceano, contudo, a cada 10 metros de profundidade, a pressão aumenta em 1 atm. Ou seja, a lula bigfin, no momento da foto, tinha incríveis 600atm de pressão sobre o seu corpo.
Além da lula, a equipe de exploradores também encontrou quatro polvos cirrina nadando em profundidade semelhante. Essa foi, também, a segunda vez que estes cefalópodes apareceram em profundidades recorde.
Segundo o autor Michael Vecchione, em uma declaração, as observações levantam questões sobre a sobrevivência de cefalópodes em profundidades tão elevadas. “Como as lulas bigfin conseguem viver fisiologicamente em profundidades variando de 3.200 a 19.600 pés (1000 a 6000 metros)[?]”
Tanto em 2014 quanto em 2021, cientistas conseguiram identificar as nadadeiras enormes destas lulas, bem como seus tentáculos compridos. Os tentáculos da última lula eram mais curtos e, portanto, acredita-se que ainda fosse um animal jovem.
A pesquisa está disponível no periódico Marine Biology.