Em dezembro de 2021, a bióloga Vera Emelianenko compartilhou fotos de brilhos azulados em meio á neve da costa do Mar Branco, na Rússia. Depois de esmagar uma bola de neve, ela e Mikhail Neretin, filho de biólogo, notaram que essa luz aumentava conforme a pressão. Por isso, eles coletaram uma amostra e, após análises, solucionaram o mistério da neve brilhante!
Graças ao fotógrafo da estação Alexander Semenov, os biólogos documentaram o fenômeno de bioluminescência na neve por meio de diversas fotos. Através das redes sociais, as fotografias despertaram interesse de várias pessoas, ainda mais pela visualização do brilho incomum. Semenov ainda disse para a Agência Gazetta Russa: “Nós ficamos pisando juntos no chão por umas duas horas para fazer as manchas brilharem mais”.
Qual o mistério da neve brilhante?
Para sanar as dúvidas, a bióloga utilizou um microscópio e um pouco da neve do local. Durante o descongelamento da amostra, Emelianenko encontrou alguns pequenos crustáceos, chamados de copépodes, presentes na neve.
Eles são conhecidos por habitarem águas doces e salgadas, geralmente em grandes profundidades. Inclusive, esses copépodes marinhos têm um elo vital com as cadeias alimentares dos oceanos.
Além disso, ela percebeu que ao introduzir uma pequena agulha nos organismos eles ficavam azuis, assim como o brilho vindo da neve. Os cientistas explicaram que a emissão da luz ocorre devido a uma reação química entre a coelenterazina (substrato), uma enzima específica e o oxigênio.
Geralmente, os crustáceos usam essa luminescência como defesa contra predadores, sendo que essa molécula pode acumular na cadeia animal. Ou seja, é possível identificar a emissão de luz em organismos maiores que se alimentam desses copépodes.
A comunidade científica já conhecia o brilho desses invertebrados em oceanos, por isso, esse achado em terra pode ser ainda mais surpreendente e relevante. Segundo o National Geographic, a documentação do mistério da neve brilhante acontece, provavelmente, pela primeira vez!
Dessa forma, os próximos passos é a publicação dos fatos em revista científica, focando na presença dos copépodes em terra. Semenov comentou sobre as consequências da descoberta: “Já realizamos uma investigação completa e publicaremos um artigo científico sobre o assunto”.