O maracujá é um fruto produzido pelas plantas do gênero Passiflora e muito comum em regiões de zona tropical ou subtropical da América. Recentes investigações identificaram uma nova espécie de maracujá, que infelizmente já corre risco de extinção.
O chamado “maracujá-das pretas” entrou para o grupo, que já composto por 150 outras espécies. Desse modo, o Brasil atinge a marca da 21ª espécie de maracujá encontrada nos últimos 11 anos!
A descoberta da nova espécie de maracujá:
Os responsáveis pela pesquisa explicam que o munícipio de Conselheiro Pena, leste de Minas Gerais (MG), é uma acervo da biodiversidade brasileira. Por exemplo, só em 2021 seis novas espécies de plantas foram descobertas na região, inclusive o novo fruto – apelidado de maracujita – em dezembro de 2021.
Segundo os pesquisadores, essa espécie é comum em montanhas e afloramentos rochosos tanto do leste de MG, quando no Espírito Santo (ES). O botânico Paulo Conella, líder do projeto, explicou: ‘Uma dessas montanhas é a Serra do Padre Ângelo, onde a espécie foi encontrada pela primeira vez.“.
Então, esse hábitat distinto inspirou o nome científico do fruto, Passiflora ita, uma vez que “ita” é pedra em Tupi-Guarani. Assim que encontrado, a doutora Ana Carolina Mezzonato especialista em maracujás, da Universidade Federal de Juiz de Fora, recebeu as amostras e logo identificou o novo fruto.
Sobre as características do hábitat, a professora contou: “As espécies de maracujá geralmente ocorrem nas florestas, sendo plantas trepadeiras que podem escalar muitos metros até o topo das árvores. A nova espécie que descobrimos é mais modesta, crescendo em áreas abertas sobre rochas”. Logo, encontrar uma novo maracujá nesse ambiente foi um fato incrivelmente raro.
Por fim, ela também contou que as flores dele são exuberantes e coloridas, facilmente se destacam na vegetação. Por isso, para Conella as flores da espécie possuem um grande potencial ornamental, bem como o benefício de crescer o ano todo.
Infelizmente, os pesquisadores ainda não confirmaram se o maracujá é comestível ou não. Portanto, é importante ter cautela quando se trata de ingestão de frutos desconhecidos, pois muitos podem ser venenosos!
A ameaça de extinção:
As ações de descoberta e mapeamento de novas espécies são fundamentais tanto para a conservação da flora, assim como da fauna. Dessa maneira, após o descobrimento de uma nova espécie, é possível planejar e direcionar intervenções para regiões preferenciais. Lamentavelmente, o maracujita já sofre risco de extinção, já que está fora das Unidades de Conservação.
De acordo com Ricardo Ribeiro do Instituto Nacional da Mata, a espécie está mais sujeita a destruição, tendo em vista os altos índices de exploração no leste de MG. Sendo que até uma queimada atingiu o local da descoberta apenas três meses depois da identificação. Diante disso, os autores e responsáveis pelo achado sugerem que o “maracujá-das-pedras” entrem na “Lista de Espécies Ameaçadas do Brasil”.
Em síntese, Ricardo argumentou: “Como esses locais são bem sensíveis e abrigam muitas espécies, ideal é que alguns desses lugares se torne uma Unidade de Conservação no futuro, para que a gente possa proteger efetivamente essa espécie e tantas outras raras que só ocorrem nesses locais”.