O urutau é uma ave de tamanho médio, em torno de 35cm de comprimento, com penas marrons ou cinzas. Essas penas são um fator importante para a camuflagem da “ave fantasma“, que se disfarça de galhos e tocos. Camuflado entre galhos secos e troncos, o urutau é uma ave abundante, conquanto discreta. O bicho vive em praticamente todo o território brasileiro, sobretudo na Amazônia, além do Peru e Colômbia, por exemplo. Ademais, a ave fantasma ocupa a categoria de conservação “pouco preocupante”, de acordo com o último levantamento.
Apesar de passar despercebida visualmente, esta ave chama a atenção devido ao seu canto bizarro entoado durante a noite. Diversas lendas, sua maioria indígena, contam sobre a origem do canto da ave, que pode ser ouvido no áudio acima — uma coisa certamente assustadora para se ouvir na floresta, no meio da noite, é o choro de uma mulher ou o lamento de uma criança. Esses são, pelo menos, alguns dos sons associados ao urutau, uma das espécies mais enigmáticas e curiosas da América do Sul.
Lendas sobre o urutau
Uma jovem e um guerreiro de uma tribo se apaixonam loucamente. O pai da jovem, não obstante, descobre sobre o romance dos dois e resolve dar um fim à relação matando o pretendente de sua filha. Quando a jovem descobre sobre o ocorrido, ameaça entregar seu pai ao resto da tribo pelos seus atos. O pai, contudo, tem habilidades mágicas que usa para transformar sua filha em uma ave e ocultar suas ações. Desde então, a filha lamenta à noite pela perda de seu companheiro.
O trecho acima se refere a uma das lendas que cercam o urutau. Ao invés de fantasma, esse pássaro é um mestre da camuflagem que pode passar horas sem se mexer.
Hábitos do urutau
Desde cedo a espécie (que possui ao menos 5 subespécies no Brasil) ensina seus filhotes a se fingirem de galhos. As aves ficam paradas na ponta de um tronco, com a cabeça levantada e os olhos bem fechados. A não ser para observadores atentos, o animal facilmente passa despercebido.
Além disso o urutau ainda tem uma estrutura chamada “olho mágico”. Essa nada mais é que uma fenda entre as pálpebras que permite que um pequeno espacinho fique aberto. Dessa forma, o bicho consegue ter uma visão minimamente decente mesmo com os olhos (amarelos e chamativos) fechados.
