Arqueólogos encontram bebê de 3.800 anos em uma jarra em Israel

Felipe Miranda
(Yoav Arbel / Israel Antiquities Authority).

Os cientistas não sabem com certeza o porquê do bebê de 3800 anos em uma jarra, em Israel – há suspeitas, como veremos. Mas eles encontraram o bizarro caso em Jaffa, Israel. 

Jaffa pertence hoje a Tel Aviv (ou Telavive, no nome aportuguesado). Jaffa já exerceu grande importância em Israel, e é uma das cidades mais antigas continuamente habitadas do mundo. Desde sua criação, passou por controle hebreu, otomano, grego, bizantino e europeu-cristão, na época das cruzadas. Além disso, possui grande importância bíblica. Mas pela proximidade com Tel Aviv, o governo de Israel as unificou em 1950. 

Um bebê de 3800 anos em uma jarra

Portanto, os arqueólogos encontram artefatos das mais diversas culturas em mais diversas épocas. Mas os bebês em potes não representam apenas uma cultura ou um período de tempo. Durante esses quatro milênios, em diversos momentos houve casos semelhantes. Embora bastante estranho, não é completamente incomum. Esse, mais especificamente, estava na parte mais antiga da cidade.

E há uma explicação simples para a prática funerária. A jarra possivelmente representava um útero – uma forma de proteção para o feto. Era algo completamente simbólico, segundo a principal e mais óbvia suspeita dos arqueólogos. Dessa forma, a mãe pode cuidar da criança morta como cuidaria dela viva. 

“Você pode ir para a coisa prática e dizer que os corpos eram tão frágeis, e que [talvez] eles sentiram a necessidade de protegê-los do meio ambiente, mesmo estando morto”, disse ao Live Science o arqueólogo Yoav Arbel, da Autoridade de Antiguidades de Israel. “Mas sempre há a interpretação de que o jarro é quase como um útero, então basicamente a ideia é devolver o bebê de volta à Mãe Terra, ou à proteção simbólica de sua mãe”.

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Um caso semelhante, em outra cidade de Israel. (B. Doak)

Há casos semelhantes em outras partes do mundo, conforme o pesquisador Alfredo Mederos Martin diz ao Ancient Origins. Os cientistas encontram jarros com bebês datados de até mesmo 6500 anos atrás, antes mesmo de Jaffa existir como cidade. 

Na Terra Santa (que abrange Israel, Cisjordânia e Jordânia), o auge dessa prática funerária ocorreu por volta da Média Idade do Bronze (2000-1550 AEC).

Incrível cidade

No entanto, o bebê de 3800 anos em uma jarra não é o único artefato incrível da valiosa cidade. Recentemente, em 2020, pesquisadores publicaram diversos estudos no periódico Atiqot, editado pela Autoridade de Antiguidades de Israel. No total, entre esta e outras edições, somente esta revista já publicou mais de 50 estudos sobre descobertas em Jaffa. 

Old Jaffa panorama
Foto panorâmica de Jaffa. (Boris Kuznetsov / Wikimedia Commons)

Como uma das primeiras cidades portuárias do mundo, portanto, Jaffa traz inúmeros artefatos e revelações históricas para os arqueólogos. Recentemente, a mesma equipe, liderada também por Arbel, encontrou um local cheio de artefatos gregos, como vasos de cerâmica chamados de ânfora que armazenavam vinhos importados da Grécia, demonstrando um pouco do comércio entre Jaffa e algumas cidades-Estado gregas. 

Em trabalhos recentes, eles também encontraram moedas do períodos helenísticos, dos períodos das cruzadas, do período Otomano e até mesmo do domínio britânico da área, além de restos mortais de cavalos otomanos, cerâmicas otomanas, vasos de vidros da Europa e 232 conchas do Mar Mediterrâneo, conforme o Live Science.

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