O rinoceronte lanudo é um rinoceronte pré-histórico que conviveu, por exemplo, junto com os mamutes. Hoje, os rinocerontes vivem na África e na Ásia, mas esse antepassado dos rinocerontes modernos adaptou-se ao frio, e vivia na Sibéria, uma grande área que integra o território russo. Mas a espécie sumiu ao final do último período glacial, que acabou há quase 12 mil anos.
Um ponto bastante interessante é o estado de conservação do animal. É bastante comum que cientistas encontrem animais extremamente bem conservados em regiões frias, como é o caso desse rinoceronte lanudo, encontrado na República de Sakha (ou Iacútia, na Rússia). No entanto, ele impressiona por sua conservação especial. O animal milenar ainda possui seus pelos, dentes, diversos de seus órgãos internos, gorduras e tecidos – além de sua última refeição intacta. No total, 80% de sua carcaça permanece intacta mesmo após todo esse tempo, já que o gelo o conservou.
O âmbito da descoberta
Trata-se do rinoceronte lanudo mais bem preservado já encontrado na região. Por esse lado, a notícia é incrível. A espécie desapareceu do planeta há mais de 12 mil anos por motivos que variam desde a caça até as mudanças climáticas, já que sua extinção coincide com o fim do último período glacial.
No entanto, há o lado ruim da descoberta – o efeito que a revelou aos cientistas. Pouco tempo atrás, as regiões árticas permaneciam extremamente congeladas. Mas recentemente, o solo passou a descongelar pelo aquecimento global. E a Rússia – especialmente a Sibéria, sofre muito com isso ultimamente, como os recentes incêndios nos solos inflamáveis da região.
O rinoceronte pré-histórico, assim como muitos outros animais surgiram, portanto, nesse âmbito. O solo congelado (permafrost) descongela como nunca antes, devido ao aumento nas temperaturas médias do planeta, e já não se recupera como antes nos invernos. Além disso, os permafrosts são grandes reservatórios de carbono, e podem amplificar ainda mais o efeito estufa.
Detalhes do rinoceronte pré-histórico
Voltando ao rinoceronte pré-histórico, ele era bastante jovem, e possuía de três a quatro anos de idade (eles viviam por volta de 40 anos, no total). Na época, ele ainda não entrou para a vida adulta, e possivelmente dependia de sua mãe.
“O jovem rinoceronte tinha entre três e quatro anos e vivia separado de sua mãe quando morreu, provavelmente por afogamento”, diz ao Siberian Times o Dr. Valery Plotnikov da Academia de Ciências da Rússia. “O sexo do animal ainda é desconhecido. Estamos aguardando as análises de radiocarbono para definir quando ele viveu, o intervalo mais provável de datas está entre 20.000 e 50.000 anos atrás”.
Além disso, o Dr. Plotnikov disse que “muito provavelmente morreu no verão”.
Os pesquisadores o encontraram bastante próximo de outra carcaça de rinoceronte-lanudo, a Sasha, que morreu com sete meses de idade há 34 mil anos. Sasha revelou, aos cientistas, diversos detalhes desconhecidos sobre a espécie. Ela também possui seus pelos e um incrível estado de conservação. Agora, então, o nosso novo amigo rinoceronte-lanudo trará ainda mais detalhes sobre os antepassados gelados dos rinocerontes modernos.