O aligátor americano, ou jacaré-americano, e Alligator mississippiensis, em seu nome científico, (aligatores são um gênero de jacarés), encontra-se em regiões pantanosas do sudeste dos Estados Unidos, em estados como Mississipi e Flórida.
Conforme um novo estudo publicado no periódico Scientific Reports, o aligátor americano (não confundir com crocodilos), consegue regenerar sua cauda. Pesquisadores da Arizona State University (ASU) e do Departamento de Vida Selvagem e Pesca da Louisiana conduziram o estudo. “Este estudo apresenta as primeiras evidências anatômicas e histológicas de reparo da cauda com rebrota em um arcossauro, o jacaré americano”, escrevem os pesquisadores no resumo do artigo.
A regeneração é um fenômeno realmente impressionante. “Em contraste com vertebrados habilitados para regeneração, a resposta a lesões em mamíferos caracteriza-se por lenta cicatrização de feridas e reparo de tecidos danificados”, comparam os pesquisadores. “Em comparação com o tecido normal, o tecido cicatricial reduz a funcionalidade, reduz a sensibilidade e aumenta o risco de infecção”.
Pequenos lagartos se regeneram, e isso é um fato. No entanto, ninguém nunca estudou a fundo sobre os jacarés, pelo menos ninguém o registrou. Mas agora os pesquisadores notaram a regeneração de até 24 centímetros de cauda, o que corresponde a incríveis 18 por cento do tamanho do corpo. Mos outros se regeneraram menos, cerca de 6% de seu tamanho total, o que ainda impressiona.
A causa do Aligátor americano
Primeiro, a equipe combinou diversas técnicas avançadas de imagens. Com essas imagens, então, aplicaram técnicas de pesquisas em anatomia e de organização de tecidos para analisar as novas estruturas. E não eram apenas grandes cicatrizes ou algo semelhante. Na verdade, formavam-se verdadeiras estruturas complexas, embora não tanto quando antes. Havia cartilagem, tecidos, vasos sanguíneos e os nervos – uma verdadeira regeneração. Mas há marcas de cicatrizes. Veja a imagem abaixo:
“O que torna o jacaré interessante, além de seu tamanho, é que a cauda crescida exibe sinais de regeneração e cicatrização de feridas dentro da mesma estrutura”, diz em um comunicado Cindy Xu, pesquisadora pela Arizona State University e autora principal do estudo. “O crescimento da cartilagem, vasos sanguíneos, nervos e escamas foram consistentes com estudos anteriores de regeneração da cauda de lagarto em nosso laboratório e outros”.
“Os ancestrais dos aligatores, dinossauros e pássaros se separaram há cerca de 250 milhões de anos”, diz Kenro Kusumi, co-autor do estudo. “Nossa descoberta de que os crocodilos retiveram a maquinaria celular para regenerar caudas complexas enquanto os pássaros perderam essa capacidade levanta a questão de quando durante a evolução essa capacidade se perdeu”, questiona.
Jacaré, crocodilo ou aligatores?
Esta é uma dúvida constante – e até mesmo alguns portais de notícias aqui do Brasil noticiaram a regeneração de aligátores como crocodilos. Mas não são. Crocodilos não ocorrem nos Estados Unidos, salvo um pequeno trecho no extremo-sul da Flórida. Veja, então, na imagem abaixo a ocorrência de crocodilos pelo mundo:
Perceba que no Brasil também, praticamente não há crocodilos, com exceção de uma pequena área da Amazônia. Tanto o Brasil como os Estados Unidos, no entanto, possuem Jacarés. Os aligatores formam um gênero de Jacaré. Os Jacarés ocorrem quase exclusivamente nas Américas. No entanto, há uma pequena região da China com jacarés.
Mas claramente, jacarés não se diferenciam completamente. Fisicamente, eles diferenciam-se em algumas características. O focinho de um jacaré é mais largo e arredondado. Enquanto isso, um crocodilo é mais assustador, com dentes mais à mostra. Veja abaixo. A primeira foto é um jacaré, e a segunda um crocodilo.
Além disso, taxonomicamente, eles correspondem a famílias diferentes. Mas se aproximam em divisões mais gerais do que a ordem. Tanto jacarés como crocodilos são da ordem Crocodylia.
O estudo foi publicado no periódico Scientific Reports.
Com informações de IFL Science e Arizona State University.