Agora é oficial: os EUA estão fora do Acordo Climático de Paris

Amanda dos Santos
Os EUA são o segundo maior emissor de carbono no mundo. (Pixabay)

No dia 4 de novembro de 2020, os EUA saíram oficialmente do Acordo Climático de Paris. Mesmo sendo o segundo maior emissor de carbono do planeta.

O governo Trump anunciou a decisão em julho de 2017, mas apresentou formalmente a notificação às Nações Unidas em novembro de 2019.

Só que um país não pode formular um aviso de retirada antes de três anos de sua data de início. Então, a data mais próxima para a saída acabou sendo a data da eleição nos EUA: 4 de novembro de 2020. Contudo, Joe Biden, o recém-eleito presidente dos EUA, prometeu o retorno ao Acordo.

Acordo Climático de Paris

O objetivo principal do Acordo de Paris é cortar, em um limite pré-determinado, as emissões de gases do efeito estufa. Desse modo, diminuindo a temperatura global.

Os EUA haviam assinado o acordo climático em 2016, ao lado de diversas nações. No entanto, agora ela é a primeira nação a se retirar do acordo.

A decisão deixa os Estados Unidos isolados em seu desafio contra à realidade científica e causa danos reais às pessoas, além de danos à economia e ao planeta. Essa afirmação foi feita por Rachel Cleetus, diretora de política da União dos Cientistas, em um comunicado.

alagamentos
Alagamentos. (cottonbro/Pexels)

A negação da realidade e a forma como o governo Trump minimiza as ameaças da mudança climática são constantes. Embora, somente nesse ano, milhões de americanos tenham sido impactados por ela.

Por exemplo, os incêndios florestais bateram recorde e o Atlântico sofreu com mais tempestades.

Sem os EUA, a tarefa de cortar as emissões globais fica substancialmente mais complicada. O país perde apenas para a China, emitindo cerca de 15% das emissões totais de dióxido de carbono do mundo.

O argumento de Trump para essa saída foi achar que o acordo climático era um “mau negócio” para os EUA. Em julho de 2017, ele disse ser injusto com os Estados Unidos o resultado final. Segundo ele, o acordo transfere empregos de carvão para países estrangeiros.

Impacto de destruição

Nos primeiros nove meses de 2020, os custos dos 16 eventos climáticos extremos foram de, pelo menos, US$ 1 bilhão. Sobretudo, foram cerca de 200 mortes na população. Principalmente, entre as camadas de baixa renda, disse Cleetus.

Cleetus ainda acrescentou que a falta de medidas drásticas, de acordo com a ciência, resultará em impactos climáticos cada vez mais terríveis nos próximos anos.

Os países, ao adotarem o acordo de Paris, definem metas individuais de redução das emissões. O propósito é impedir o aumento do clima da Terra em mais de 2 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais até 2100.

emissão de gases
(Marcin Jozwiak/Pexels)

Quando Obama assinou o acordo, prometeu cortar as emissões para 26% abaixo do nível de 2005 até o ano de 2025 nos EUA. A meta, assim como a de outros países, pretendia aumentar com o tempo.

Desde que Trump assumiu o governo, as autoridades trabalham para amenizar regulamentações ambientais e diminuir os limites de poluição.

Joe Biden, se cumprir sua promessa, os EUA levará apenas 30 dias para retornar ao Acordo Climático de Paris após a posse, em 20 de janeiro de 2021.

A China, maior responsável pelas emissões mundiais de carbono (26%), anunciou como objetivo a neutralidade do carbono até 2060.

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