Para a Ecologia, as aves marinhas são consideradas oportunistas, ou seja, se alimentam de uma variada opção de alimentos que estão disponíveis. Em barcos pesqueiros, é comum ver esses animais os rondando à procura de sobras de peixes. Algumas baleias também são atraídas pelos barcos.
Agora, pesquisadores observaram um novo hábito alimentar um tanto incomum: as aves estão se alimentando de baleias que sobem à superfície para respirar.
Existem em torno de 300 espécies de aves marinhas, entre elas estão as gaivotas, petréis, albatrozes, pinguins e atobás. Todas elas dependem dos oceanos para se alimentarem.
Bicadas das aves marinhas em baleias
Em 2015, o pesquisador Jared Towers estava estudando baleias cachalotes, em um barco pesqueiro na Patagônia, quando observou um petrel-gigante atacar a cachalote e arrancar um pedaço de sua pele, assim que a baleia subiu para respirar.
Jared observou esse comportamento repetidas vezes enquanto realizava sua pesquisa. Em um novo estudo publicado, ao investigar mais sobre o assunto, Jared coletou dados entre 1997 e 2019 que relatam esse hábito dos petréis.
VEJA TAMBÉM: Mudança no turno das canções indica padrão na migração da baleia-azul
Apesar de impressionar, essa não é a primeira vez que aves atacam animais maiores. Já foi relatado ataques a ovelhas e rinocerontes.
Além dos petréis, as gaivotas também estão se alimentando de baleias.
Na costa da Argentina, os ataques de gaivotas em baleias-francas são constantes, segundo Mariano Sironi, pesquisador do Instituto de Conservação de Baleias da Argentina.
Estresse causado pelos ataques das aves
Além das feridas na pele, as incessantes bicadas das aves marinhas pode causar um grande estresse para as baleias.
A reação imediata das baleias ao sentir os ataques é de se encolher ou mergulhar. Ao mergulhar mais vezes e por mais tempo para escaparem das bicadas, as baleias podem prejudicar sua capacidade de respirar.
Os ataques das gaivotas à baleias-francas estão mais frequentes. Isso acontece devido ao grande aumento na população de gaivotas, que se alimentam de peixes descartados na pesca e despejos irregulares de lixo.
De 1970 até 2000, a frequência de ataques às baleias-francas aumentou de 2% para 99%, segundo Mariano Sironi. O que pode contribuir para o aumento da taxa de mortalidade de filhotes da espécie.
A atividade pesqueira atrai tanto as aves marinhas como algumas baleias, agregando grande número das espécies em um mesmo local. O que facilita a predação das aves sob as baleias. Se continuar aumentando, esse novo hábito alimentar das aves marinhas pode se tornar um grande problema para baleias.
Com informações de Hakai Magazine