Cientistas estão alertando para o derretimento irreversível da Antártica devido ao aquecimento global.
Qual é o consenso científico?
Desde a Primeira Revolução Industrial, o homem interfere cada vez mais no clima por meio da emissão de gases do efeito estufa, como o gás carbônico (CO2) e o gás metano (CH4).
Para determinar a temperatura média do planeta, os climatologistas e meteorologistas contam com dados atmosféricos de várias localidades espalhadas pelo mundo, obtidos por estações meteorológicas. Isso inclui coleta de dados em mares e oceanos – com estações embarcadas em navios, por exemplo – além de dados da alta troposfera por meio de balões e radares meteorológicos em aeronaves.
O consenso na comunidade científica é de que o aquecimento global seja causado principalmente pelo homem. De qualquer forma, a mudança climática nos últimos anos tem trazido muitos problemas como queimadas e aumento do nível do mar.
Desde o início das observações com satélites, no fim dos anos 1970, o Ártico tem perdido cada vez mais gelo no verão e ganho cada vez menos gelo no inverno. Além disso, há registros de mortes em massa de corais devido ao aumento da temperatura da água nos recifes.
Cientistas alertam para derretimento da Antártica
Mas agora os cientistas estão alertando para a situação da Antártica. Segundo eles, se o aquecimento global continuar sem controle, o continente poderá se tornar uma massa estéril e sem gelo pela primeira vez em mais de 30 milhões de anos. Para estudiosos, isso pode ser um “caminho sem volta”.
A Antártica existe há cerca de 34 milhões de anos e contém mais da metade da água doce do mundo em sua camada de gelo. Agora, recentes simulações estão mostrando que se o gelo do continente derreter, ele só volta ao seu estado inicial quando as temperaturas voltarem aos níveis pré-industriais. Mas para os estudiosos do clima, este é um cenário muito improvável.
Em outras palavras, as perdas que estão acontecendo na Antártica são permanentes.
Consequências que preocupam
No estudo, os pesquisadores executaram simulações computacionais para ver como a Antártica será daqui a milhares de anos. E um dos fatores mais decisivos é o aumento da temperatura média global.
Assim, os cientistas descobriram que, se a temperatura média superar em 4ºC os níveis pré-industriais, grande parte do gelo na Antártica Ocidental derreterá.
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Com isso, o nível médio dos oceanos subiria 6,5 metros; esse resultado devastaria cidades costeiras como Nova York e Londres. Mas esse cenário pode estar ainda mais próximo do que pensamos: é questão de apenas algumas décadas.
Caso as temperaturas globais cresçam entre 6ºC e 9ºC nos próximos milênios, mais de 70% do gelo atual da Antártica será perdido “irreversivelmente”.
Ainda mais, se as temperaturas subirem em 10ºC, o continente está condenado a perder todo o seu gelo. Se isso vier a acontecer as consequências poderão ser catastróficas, segundo o estudo. O nível global do mar então aumentará cerca de 58 m.
A pesquisa foi publicada na revista Nature.