Divulgadas novas descobertas sobre dinossauro brasileiro

Erik Behenck
Atividade de campo em Cruzeiro do Oeste.

Foram divulgadas novas informações sobre o dinossauro brasileiro Vespersaurus paranaensis. Os novos dados mostram que o animal tinha expectativa de vida em 13 ou 14 anos e atingia a maturidade sexual entre 3 e 5 anos.

O trabalho foi conduzido por pesquisadores do Museu Nacional, do Rio de Janeiro, aliados ao Centro Paleontológico da Universidade do Contestado, em Santa Catarina.

Dinossauro brasileiro crescia menos por um motivo específico

O Vespersaurus paranaensis tinha 1,5 metro de comprimento. Ele habitou o território onde hoje fica o noroeste do Paraná entre 90 e 70 milhões de anos atrás. Neste período histórico, regiões como parte do Centro Oeste, do Sudeste e do Sul do Brasil formavam o Deserto Caiuá.

O dinossauro brasileiro habitava o entorno das áreas úmidas, possivelmente um oásis. Aliás, nesta mesma área já foram encontrados fósseis de lagartos extintos e de duas espécies de pterossauros.

Os pesquisadores avaliaram diversos fósseis do animal, permitindo traçar um panorama confiável sobre o crescimento deles, incluindo o tempo até se tornarem adultos. Foi adotada a técnica da osteohistologia, que é a retirada de fragmento do osso por meio de cortes com serras elétricas. Algo considerado muito destrutivo, usado somente quando há muitos exemplares de fósseis.

dinossauro brasileiro

A pesquisa mostrou a existência de um tecido ósseo incomum nos dinossauros, chamado paralelo-fibroso. O tecido é formado por diversas fibras de colágeno presente nos ossos e demora mais para se formar durante o crescimento do animal. Por isso, essa espécie crescia de uma maneira lenta do que outros dinossauros e répteis.

Conforme os pesquisadores, a desaceleração no crescimento seria relacionada com o tamanho do bicho. Além disso, é algo que pode ter acontecido devido a adaptação ao ambiente onde viviam.

dinossauro brasileiro

Um pouco mais sobre a pesquisa

Essa pesquisa fez parte do mestrado de Geovane Alves de Souza, financiada com bolsa Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Além dele, outros seis cientistas contribuíram com as descobertas.

Conforme o Museu Nacional, esse é um ponto que mostra a importância de investir em bolsas de pesquisas de pós-graduação. Assim, indicou como os dinossauros enfrentaram um mundo em várias transformações.

“Apesar dos dinossauros fascinarem tanto cientistas quanto o público leigo, muitas perguntas sobre seu crescimento, metabolismo e anatomia ainda permanecem sem respostas”, diz o Museu em um comunicado.

O Museu Nacional sofreu um grande incêndio em 2018 e desde então vem sendo reconstruído. Segundo a instituição, essa é uma pesquisa inédita e reforça que força do Brasil em produzir conteúdo científico de qualidade.

Com informações de Agência Brasil.

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