A Solar Orbiter é uma sonda feita em conjunto entre a NASA e a Agência Espacial Europeia (ESA). A sonda foi lançada para estudar o Sol de perto, e logo nas primeiras imagens a nova sonda já revela novidades no Sol.
É uma sonda muito nova, foi lançada em fevereiro de 2020, e entrou em operação nas últimas semanas. Em junho ela realizou a primeira aproximação do Sol – pelo calor, uma aproximação constante não é possível.
Portanto, serão feitas diversas aproximações ao longo dos ano, e deve revelar muito sobre nossa estrela. “Estas imagens sem precedentes do Sol são as mais próximas que já obtivemos”, disse Holly Gilbert, um dos cientistas envolvidos no projeto.
“Estas imagens surpreendentes ajudarão os cientistas a estudar as camadas atmosféricas do Sol, o que é importante para entender como ele conduz o clima espacial perto da Terra e em todo o sistema solar”, diz Gilbert.
Segundo os cientistas, conforme um comunicado no portal de imprensa da NASA, não esperava-se que os resultados surgissem tão cedo, tanto pela pandemia, quanto pelas naturais dificuldades de se operar um observatório espacial.
Por algumas semanas o Centro Europeu de Operações Espaciais (ESOC), na Alemanha, o centro de controle da missão, precisou parar por completo, e apenas os serviços essenciais eram feitos de casa.
Mesmo com os desafios, a equipe conseguiu se adaptar, e no dia 15 de junho conseguiu realizar sua primeira aproximação, já batendo os recordes de fotos mais próximas do Sol
A Solar Orbiter trás novidades
As imagens obtidas durante a aproximação revelaram alguns pontos que os cientistas chamaram de “fogueiras”. Conforme conta o astrofísico David Berghmans, do Observatório Real da Bélgica em Bruxelas:
“As fogueiras de que falamos aqui são os “sobrinhos” das erupções solares, pelo menos um milhão, talvez um bilhão de vezes menores. Ao olhar para as novas imagens EUI de alta resolução, elas estavam literalmente em todos os lugares que olhávamos”.
Ainda não está claro para os pesquisadores do que exatamente se trata essas “fogueiras”, mas como Berghmans os chamou, são os “sobrinhos”, ou seja, parentes das erupções solares.
As erupções solares são partículas extremamente quentes, além de radiação “cuspidos” violentamente a partir da atmosfera do Sol, por causa de anomalias no campo magnético.
Esses sobrinhos são algo que eles chamam de nanoflares, que são pequenas explosões ocorridas. Acredita-se que essas pequenas explosões aqueçam uma região na atmosfera solar chamada coroa solar.
A coroa solar é aquela região que vemos durante um eclipse solar total. Formada por um plasma, ela chega a ser 300 vezes mais quente do que a própria superfície do Sol, ultrapassando os 1 milhão de graus Celsius.
Ao portal de imprensa da ESA, o Cientista Adjunto Yannis Zouganelis falou sobre “sentir” os ventos da coroa solar:
“Obviamente é muito cedo para contar, mas esperamos que, ao conectar essas observações com as medidas de nossos outros instrumentos que ‘sintam’ o vento solar ao passar na espaçonave, eventualmente possamos responder a alguns desses mistérios”
Spoilers de futuras pesquisas
Eles também conseguiram ver um tipo de brilho que chamamos de luz zodiacal. É a luz do Sol refletida pela poeira espacial, mas que sempre é ofuscada pelo brilho solar antes de chegar na Terra.
“As imagens produziram um padrão de luz zodiacal tão perfeito, tão limpo. Isso nos dá muita confiança de que poderemos ver estruturas de ventos solares quando nos aproximarmos do Sol”, disse Howard.
Enquanto a nova sonda já revela novidades no Sol, pesquisadores também estão animados com as observações do campo magnético solar, que serão feitas mais tarde, quando a sonda estiver em um novo ângulo.
O cientista Sami Solanki, pesquisador do Instituto Max Planck, na cidade de Göttingen, Alemanha, diz: “As estruturas magnéticas que vemos na superfície visível mostram que a PHI está recebendo dados de alta qualidade”.