Uma estrela que pode ser vista da Terra chamada popularmente de Betelgeuse (a Alpha Orionis), da constelação de Orion, está perdendo seu brilho. Os cientistas pensavam que era por causa de uma nuvem de poeira. No entanto, foi descoberto, recentemente, que a estrela está com manchas estranhas cobrindo 70% de sua superfície.
Uma estrela em decadência
Os cientistas notaram no final de 2019 que a estrela Betelgeuse vem perdendo o seu brilho em alta velocidade, pois em poucas em semanas ela já havia perdido 40% dele.
Os pesquisadores do Instituto alemão Max Planck já rejeitaram a hipótese dessa perda acontecer por causa do pó espacial.
Esse evento atípico surpreende muito porque a Alpha Orionis é, segundo os cientistas, uma supergigante vermelha, 1.000 vezes maior que o sol e 20 vezes mais pesada.
De acordo com os astrônomos, o aumento do seu escurecimento é totalmente compatível com a diminuição da temperatura da sua superfície. Diminuição essa que é de 200° Celsius.
Manchas em estrelas não são incomuns, o nosso próprio Sol as possui, contudo, elas aumentam em um ciclo de 11 anos, não em semanas como no caso da Betelgeuse.
A comunidade científica ficou tão impressionada com o aumento de manchas da estrela que surgiram vários e vários artigos científicos abordando o tema.
Essa estrela teve o seu tamanho analisado por nós em 1921, pois os astrônomos Michelson e Pease usaram a técnica de síntese de abertura, imaginada por Hippolyte Fizeau, para determinar o diâmetro real das estrelas por métodos interferométricos. Assim, a Betelgeuse se tornou a primeira estrela cujo diâmetro foi determinado por nós.
Segundo cálculos, a estrela deve se tornar uma supernova nos próximos 100.000 anos. Muitos questionam quanto a magnitude dessa explosão, e como ela poderia afetar nosso planeta.
Por que a luz de Betelgeuse diminuiu?
Os cientistas estão supondo várias respostas para essa pergunta.
Uma é que a supergigante vermelha é uma estrela variável e que, por esse motivo, talvez estivéssemos vendo apenas uma fase em que ela está escura. A qual seria parte de um ciclo de variações.
Sylvie Vauclair propôs uma explicação que, segundo ela, é menos provável: “Betelgeuse, que constantemente emite fortes ventos estelares, teria emitido um sopro particularmente grande de gás e poeira, que o ocultaria parcialmente antes de evaporar completamente”.
O astrônomo Miguel Montargès apoiou também esta hipótese. Ele e sua equipe estão usando o VLT localizado no topo do Cerro Paranal, no Chile, para estudar Betelgeuse.
Contudo, ele também adicionou outra explicação: Talvez a superfície da estrela tenha se resfriado, por causa de atividades estelares excepcionais e outro na ejeção de poeira ao longo da linha.
Por fim, ele completou dizendo que o conhecimento humano sobre estrelas ainda é pequeno, e que surpresas sempre podem aparecer.
Só nos resta aguardar mais estudos sobre as causas do escurecimento da estrela, e esperar que isso não afete negativamente nosso planeta.
Com informações de Futura Sciences.