A colisão de dois buracos negros é algo escuro, muito escuro. Por isso os detectamos através das ondas gravitacionais. Entretanto, em uma observação no ano passado, foi flagrado um flash de luz fugindo de buracos negros em colisão.
Quando essa colisão ocorre, além das ondas gravitacionais desses objetos com uma massa gigantesca, eles simplesmente se fundem, tornando-se um único buraco negro, sem deixar rastros eletromagnéticos.
21 de maio de 2019, cientistas detectam ondas gravitacionais vindas do choque de dois buracos negros. O estranho, é que mais tarde o observatório americano Zwicky Transient Facility (ZTF) detectou flashes de luz.
Quando rastrearam a origem da luz e cruzaram os os dados da origem das ondas gravitacionais, os cientistas perceberam que os dois sinais vinham do mesmo lugar. Mas isso não deveria ocorrer.
“O surto ocorreu na escala de tempo certa e no local certo, para coincidir com o evento das ondas gravitacionais”, disse em comunicado da Caltech Matthew Graham, autor do estudo.
Não foi um erro de análise, entretanto. Os pesquisadores possuem uma hipótese do que pode ter ocorrido para que eles tenham enxergado essa luz fugindo de buracos negros em colisão.
Eles se animaram bastante com a observação. Conforme disse o astrofísico do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, Daniel Stern, co-autor do estudo, em um comunicado, “Essa detecção é extremamente emocionante”.
“Há muito que podemos aprender sobre esses dois buracos negros em fusão e o ambiente em que estavam, com base nesse sinal que eles criaram inadvertidamente”, completa.
O que causou o flash de luz?
Esse flash foi provavelmente causado graças à interação com um terceiro buraco negro, com um tamanho muito superior àqueles dois que haviam se fundido anteriormente.
Os dois buracos negros colididos, deviam possuir mais ou menos o mesmo tamanho, cerca de 12 massas solares. Isso é pouco para um buraco negro. Então, eles se fundiram como geralmente ocorre: em silêncio.
No entanto, o terceiro buraco negro deve possuir milhões de massas solares. Os dois corpos menores estavam em sua órbita, e após a fusão, acabaram sendo chutados para fora.
Esses buracos negros supermassivos são bastante comuns, e eles são realmente muito grandes. Alguns acabam criando galáxias no seu entorno. A própria Via Láctea possui um desses bem no centro.
Quando ele foi expulso da órbita do grande cacique, ele passou, ou partiu a partir de uma disco de gás, e foi essa interação que pode ter feito com que o misterioso flash de luz ocorresse.
“Buracos negros supermassivos como este têm reflexos o tempo todo. Eles não são objetos silenciosos, mas o momento, o tamanho e a localização desse reflexo foram espetaculares”, disse o co-autor Mansi Kasliwal ao comunicado da Caltech.
Animado, Stern ainda diz que a descoberta “abre um nova avenida para estudar fusões de buracos negros e esses discos em torno de buracos negros supermassivos”.
Eles destacam, entretanto, que apesar dessa der a hipótese mais provável, eles não podem descartar outras possibilidades que acarretaram no fenômeno. O estudo foi publicado Physical Review Letters.