Sri Lanka é um pequeno país asiático localizado em uma ilha próxima à Índia. Na ilha, pesquisadores encontraram armas de 45 mil anos de idade dentro de uma caverna.
Anteriormente, conhecíamos a existência de armas – arcos e flechas – tão antigas somente no continente africano, local de surgimento da espécie humana moderna. O achado assumiu o título de armas mais antigas já descobertas fora da África.
Geralmente imaginamos que os períodos pré-históricos da espécie humana ocorreram todos ao mesmo tempo em todo mundo. Entretanto, o mundo não era globalizado, logo, não se conversava.
No continente europeu, o período denominado Paleolítico Superior, onde a espécie humana passou a produzir ferramentas com pedras, iniciou-se há cerca de 40 mil anos.
Isso demonstra que locais com florestas tropicais, como África e a região mais ao Sul da Ásia desenvolveram tecnologias mais rapidamente em comparação à regiões como Europa, por necessidades de caça.
Ao Daily Mail, uma das autoras do estudo, Michelle Langley, da universidade de Griffith, na Austrália, disse: “Essa evidência é anterior às descobertas semelhantes no sudeste da Ásia há 32.000 anos e atualmente é a primeira evidência clara do uso de arco e flecha além do continente africano.”
Já sabíamos da existência de humanos no Pleistoceno na ilha do Sri Lanka, através de esqueletos encontrados nas cavernas, desde a década de 60. Somente agora os pesquisadores encontraram evidências de um desenvolvimento prematuro.
Esses restos de humanos são os esqueletos mais antigos da Ásia, um dos fatores que tornam a caverna em questão, a Fa-Hien Lena, um dos sítios arqueológicos mais importantes da Ásia.
A descoberta das ferramentas
As ferramentas de caça foram fabricadas com ossos de javalis, veados e primatas, e acredita-se que elas eram utilizadas para caçar animais mais rápidos.
Além dessas armas de 45 mil anos, havia também algumas ferramentas que atribui-se à separação de fibras brutas, para a fabricação de roupas e redes e linhas de pesca.
Também encontraram ornamentos e adereços tingidos, além de conchas decorativas, que as pessoas retiravam do litoral da ilha e as ressignificavam.
É claro que esses artefatos não estavam inteiros, mas fragmentados, após tanto tempo. Os cientistas sabem a origem das peças através de análises feitas pelo microscópio.
As peças possuem marcas, uma série de fendas, originadas, segundo o artigo, por “impactos de alta força”. Por isso, pode-se assumir que eram armas, já que as marcas vieram provavelmente da utilização.
Essas descobertas, envolvendo ferramentas, ornamentos e enfeites, além da possível rede social ao longo de toda floresta, nos oferece algumas das pistas da dinâmica dos humanos da época.
Ademais, agora há uma evidência a mais de que a produção têxtil, de ornamentos de caráter simbólico e a produção de armas, como o arco e flecha, ocorreu de forma independente em diversas parte do mundo várias vezes na história.
O estudo foi publicado no periódico Science Advances.