Arqueólogos anunciaram a descoberta, na Polônia, de um antigo tesouro romano com cerca de 5,5 kg, com mais de 1.800 moedas de prata. Segundo os pesquisadores, este é o maior tesouro do período romano já encontrado no país.
O agricultor Mariusz Dyl descobriu o tesouro no ano passado, sem querer, mas sua descoberta só ficou conhecida agora. Em um campo perto da vila de Tsikhobuzh, ao sul de Grubeshov, Mariusz avistou moedas espalhadas em terras aráveis. O fazendeiro informou os funcionários do museu da cidade de Hrubieszow sobre sua descoberta.
“Fomos com ele e uma equipe de arqueólogos e voluntários”, disse Bartlomei Bartetski, diretor do museu em Hrubieszow.
A análise preliminar mostrou que as moedas estavam armazenadas em uma caixa de madeira ou ‘carteira de couro’. Os restos do “contêiner” não sobreviveram aos nossos tempos. Contudo, havia rebites de bronze banhados a prata com os quais ele estava decorado.
O tesouro remonta ao período romano. Achados semelhantes na Polônia são extremamente raros. A moeda mais antiga era um denário com a imagem do imperador romano Marcus Cocceius Nerva, que governou de 96 a 98 anos EC. A mais “jovem” era uma moeda com o perfil do imperador Septimius Severus, que governou de 193 a 211 EC.
“Concluímos que as moedas foram cunhadas por cerca de 100 anos, do final do século I ao final do século II EC”, disse Bartetski. “O território do atual distrito de Lublin era habitado por vândalos no século II EC.”
Escondendo o tesouro romano
Muitas batalhas ocorreram neste território, como evidenciado pelo grande número de enterros de guerreiros vândalos encontrados ali. Talvez um dos vândalos escondeu o tesouro. Mas a expectativa de um rápido retorno, aparentemente, não se concretizou.
“Os vândalos ocultaram os tesouros enquanto fugiam dos godos”, disse o professor Andrzej Kokowski, do Instituto de Arqueologia da Universidade de Marie Curie-Skłodowska, em Lublin. “Parece que foi aqui que os vândalos perderam os fundos que levantaram para continuar a luta.”
Para as tribos bárbaras, era uma quantia enorme de tesouros: segundo estimativas, equiparava-se ao salário de um legionário romano de seis anos. No final do século II, um soldado romano ganhava 300 dinares por ano. Essa quantia não seria suficiente para comprar, por exemplo, uma vila. Mas era suficiente para ter grande mordomia.
Especialistas ainda não concluíram o estudo das moedas, mas elas estão sendo submetidas à análise de especialistas da Universidade de Varsóvia. O estudo pode demorar cerca de um ano e, durante todo esse tempo, uma exposição virtual com fotos do tesouro funcionará no Museu Grubeshov.
“Sem dúvida, este é o maior tesouro romano encontrado na região de Lublin e um dos maiores encontrados até agora na Polônia”, afirmou Bartetski.