As profundezas dos oceanos são locais de grande fascínio para diversos pesquisadores. Isso porque trata-se de uma zona inalcançável para alguns seres humanos. Por isso, documentários que retratam as espécies que lá habitam são bastante famosos e de grande visibilidade.
Em uma pesquisa realizada nas águas da Baía de Monterey, no Santuário Marinho Nacional, localizado no lado oeste dos Estados Unidos, cerca de 3.200 metros abaixo da superfície e com equipamentos ultramodernos, pesquisadores fizeram descobertas incríveis durante as expedições nessa região.
Com a ajuda de um veículo de operação remota (ROV), apelidado carinhosamente de Hercules, eles encontraram uma ossada quase intacta e por seu formato, pode afirmar se tratar de uma baleia. No entanto, além dessa incrível descoberta, existiam outros visitantes no local, juntamente com os ossos, criaturas que devoraram toda a carne presente no animal, para que pudessem se manterem bem alimentados, o que seria uma resposta para a degradação rápida de sua carne.
O animal possuía aproximadamente 5 metros de comprimento e a cena encontrada foi batizada pelos cientistas a bordo de: “queda de baleia”. Esse fenômeno é assim chamado quando uma baleia morre no meio do oceano e após isso, ela afunda até ser depositada no fundo do oceano. O mergulho foi transmitido durante 24 horas, ao vivo, para as redes sociais abordo do Nautilus, navios especializados em expedições marítimas.
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As câmeras fizeram capturas excelentes, e em alguns locais, a baleia exibe uma extensa camada de vermes, chamados popularmente de vermes zumbis, pertencentes ao gênero Osedex. Em tradução literal, o gênero Osedex significa “comedores de ossos”, o que explicaria a grande quantidade dessas criaturas presentes em toda a estrutura óssea.
Além dos vermes zumbis, as bactérias também se fazem presentes, havendo uma relação de simbiose e benéfica entre ambas as espécies. As bactérias conseguem se fixar melhor nos ossos e tecidos, onde são capazes de extrair e metabolizar gorduras e óleos presentes no local. Diferente desses parasitas, os polvos presentes ali alimentam-se dos crustáceos, não da gordura do animal.
Estima – se que essa baleia tenha vindo a óbito dentre 4 a 5 meses, isso porque ainda existe resquícios de tecidos moles, o que teria atraído polvos e peixes até o local onde o animal ficou entrando em decomposição.
Outro fato que chama a atenção é que enguias, vermes e outras espécies de peixes carnívoros, como o tubarão, não foram encontrados no local. Durante muitas horas e com auxílio do Hércules, os cientistas conseguiram coletar pequenas amostras de ossos, plantas, animais e até mesmo o sedimento onde estava depositada a carcaça, a fim de estudarem posteriormente em laboratório.
O vídeo abaixo é uma demonstração fiel do que acontece com em uma cadeia alimentar, onde um animal, mesmo depois de morto, pode servir, por um longo período, como fonte de alimento e nutrientes para animais inferiores que lutam por sobrevivência em um lugar com escassez de mantimentos, como é o caso das profundezas oceânicas.