Após analisar fósseis de gelo de um meteorito primitivo, pesquisadores conseguiram vislumbrar como era o sistema solar há cerca de 4,6 bilhões de anos. Estudar a composição da rocha espacial antiga poderia fornecer pistas sobre a formação de grandes objetos cósmicos, como planetas, luas e asteroides.
O meteorito estudado chama-se Acfer 094, que conseguiram obter após ele ter caído em 1990 no deserto do Saara, na Argélia. Ao estudar Acfer 094, o grupo de pesquisadores encontrou vestígios de fósseis de gelo. Devido à idade e origem do meteorito primitivo, os cientistas acreditam que os fósseis de gelo contêm elementos que podem ser considerados como os blocos de construção de planetas e outros grandes objetos cósmicos.
“Tenho olhado para a matriz dos meteoritos primitivos, o material que mantém a estrutura unida”, disse Epifano Vaccaro, co-autor do estudo e curador do Museu de História Natural de Londres, em um comunicado.
“O meteorito em questão data de aproximadamente 4,6 bilhões de anos atrás, quando o Sol nasceu e nosso sistema solar se formou”, continuou ele. “A matriz destes meteoritos é, portanto, pensado para ser o material a partir do qual todos os planetas se formaram.
Meteoritos primitivos como o Acfer 094 foram muito provavelmente moldados pela força gravitacional de uma estrela recém-nascida através de gás e vários elementos do seu ambiente, segundo os cientistas. Isso criou um disco giratório composto de vários materiais, incluindo hidrogênio, silicatos, ferro e gelo.
À medida que esses materiais giravam em torno da estrela, eles começaram a coalescer até se tornarem objetos cósmicos maiores. Os cientistas acreditam que os fósseis de gelo dentro desses meteoritos primitivos contêm vestígios dos primeiros materiais que se fundiram para formar planetas e outros corpos cósmicos.
De acordo com Vaccarro, estudar meteoritos primitivos como Acfer 094 proporciona uma oportunidade única para identificar o tipo de materiais que existiam durante os estágios iniciais do Sistema Solar.
O Artigo científico foi publicado na revista Science Advances.
FONTE / Natural History Museum