A amazônia morrerá! E a culpa é nossa

Wesley Oliveira de Paula
Um incêndio queima árvores ao lado de pastagens na bacia amazônica em Zé Doca, Maranhão. (Foto: Mario Tama/Getty Images)

Apesar de cobrir “apenas” 6% da superfície do planeta, é estimado que a floresta amazônica abrigue 50% da biodiversidade da Terra. Uma única árvore na floresta se torna abrigo, alimento, local de caça e proteção. Essa relação gera uma cadeia ainda maior de interações, das quais ainda temos dificuldades de prever de tão complexas.

Essas relações geram, em muitos casos, vantagens para a sociedade. Muitas vezes, por pressão do ambiente, uma planta pode evoluir com características que a tornam mais adaptadas. Eventualmente, uma dessas características, alguma substância da planta por exemplo, pode ser estudada e de alguma forma ajudar a sociedade.

Aliás, o processo de fotossíntese é igualmente importante. O processo ocorre no interior de células vegetais, e por mais que isso possa parecer pequeno, fica claro a importância do processo quando somado às 390 bilhões de árvores na floresta.

Aliado a transformação de luz em energia, as plantas consomem o carbono na atmosfera, e em função dessa absorção, a água presente na plantas evapora, criando um acúmulo enorme de água na atmosfera (rio atmosférico), que ao se misturar com partículas orgânicas da própria floresta, precipitam e caem em forma de chuva.

imagem globo

Observando a imagem podemos notar como outros países de mesma latitude que o nosso são, sem a presença de uma floresta tropical. Sobretudo, os ventos vindos da floresta impedem a formação de furacões, tanto na costa nordeste quando na costa sudeste.

Podemos perder a Amazônia

Como sabemos, a situação tem sido crítica. A poluição e o desmatamento têm tornado incerto o futuro da floresta.

No caso da poluição, sabemos que quanto maior a quantidade de lixo e gases liberado no ar, mais partículas serão jogadas na atmosfera, mas diferente do que acontece naturalmente dentro da floresta, essas partículas tendem a causar o efeito contrário. Enquanto que naturalmente as partículas orgânicas se juntam com a água e formam gotículas maiores, no caso da poluição, essas partículas tendem a separar essa gotículas. Dessa forma, a precipitação é nitidamente menor, ou seja, menor é a quantidade de chuva.

Cerca de 60% da maior floresta tropical do mundo, lar da maior biodiversidade, está em território brasileiro, o que seria algo excelente, não fosse a incompetência e desinteresse do nosso país na preservação dessa área.

O desmatamento tem aumentado cada vez mais, e infelizmente o número de pessoas manipuladas a questionar de forma cega os estudos que apontam esse desmatamento, também aumentaram. E é fácil entender todo esse questionamento sem base, quando fingir que o problema não é real, ou não é nossa culpa é muito mais fácil, menos trabalhoso.

Ponto de não retorno

O fim da Amazônia significa, sem qualquer alarmismo, a perda de potenciais drogas, climas secos, dificuldade para o agronegócio, abalo econômico, menor biodiversidade, e aumento de desastres naturais.

Em 50 anos, aproximadamente 17% da floresta foi desmatada, e conforme vemos o regresso na preservação do ambiente, principalmente no último ano, estamos próximos de chegar ao ponto irreversível de 20% do desmatamento. A partir daí, se torna quase impossível de manter as relações dentro da floresta, o que se torna uma morte lenta e agoniante da maior floresta tropical do mundo.

REFERÊNCIASNational GeographicPrinceton / Futurism

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