Não é de hoje que se imagina que esses grandes comedores de carne e seus parentes próximos tinham um ótimo olfato, mas um estudo publicado na última terça-feira pelo Proceedings of the Royal Society B tenta quantificar quantos de seus congêneres teriam herdado tal habilidade.
O estudo se concentra na forma geral do cérebro dos dinossauros, utilizando seus parentes vivos mais próximos: as aves.
De um modo geral, aves vivas com receptores mais olfativos – proteínas que se ligam a moléculas específicas de odor – tendem a ter bulbos olfativos desproporcionalmente grandes, as regiões do cérebro que processam os cheiros.
Leia também: Encontrada rara evidência de elo perdido entre os dinossauros e as aves modernas.
Os pesquisadores buscaram nas literaturas científicas tamanhos de bulbos olfativos e mediram as proporções de tamanho do cérebro de 42 aves vivas, duas aves extintas, do jacaré americano e 28 dinossauros não-aviários extintos.
Quando os pesquisadores projetaram o modelo resultante de criaturas vivas de volta aos dinossauros, eles descobriram que o Tyrannosaurus rex provavelmente tinha entre 620 e 645 genes que codificam seus receptores olfativos, um número de genes apenas um pouco menor do que os das galinhas e gatos domésticos de hoje.
Leia também: O Brasil é um dos lugares mais importantes do mundo para a pesquisa de dinossauros.
Mas o cheiro serve apenas para encontrar comida. Os animais usam odores para reconhecer seus parentes, marcar seus territórios, atrair parceiros, detectar predadores e muito mais.
Os pesquisadores dizem que estudos futuros também podem rastrear os trade-offs inerentes à evolução sensorial ao longo do tempo, como o enfraquecimento do olfato de alguns mamíferos aquáticos à medida que seus ancestrais se movem para a água.
ADAPTADO DE: T. rex had amazing sense of smell, gene study suggests. [National Geographic]