A existência de um Deus é um dos temas mais debatidos em todo o mundo, e envolve debates religiosos, filosóficos e científicos. A maior parte do planeta Terra acredita em alguma divindade, mas não há prova científica. Na verdade, não há como testar, já que uma divindade é um ser em uma dimensão inalcançável a nós.
Assim, entre cientistas e filósofos, diversos argumentos surgem tentando solucionar a grande dúvida de uma vez por todas: a existência de Deus.
Embora muitos argumentos tentem racionalizar a ideia, o místico é bastante incompatível com o método científico. Crer em algum Deus é extremamente pessoal.
1. Argumentos cosmológico
Este argumento para a existência de Deus parte da seguinte linha de pensamento: para algo existir, precisa haver uma causa que explique essa existência. Se o universo, em algum momento começou a existir, deve ter alguma causa.
O universo em si não pode ser sua própria causa, então essa causa precisa estar além do espaço-tempo, sem começo nem causa, ser atemporal, não espacial, imutável e imaterial.
Obviamente, essa argumentação não está isenta de críticas. O matemático e filósofo Bertrand Russell diz que se o criador do universo não precisa de um criador, podemos dizer que o próprio universo não precisa de um criador.
2. O argumento dos males
Você já deve ter ouvido alguém dizer: “se existe um Deus tão bondoso, por que há tanta pobreza no mundo. Daí, os argumentos seguem duas linhas: ou Deus não é onipotente (ou nem existe), ou não acaba com os males porque não quer.
“Deus está disposto a prevenir o mal, mas não é capaz? Então ele não é onipotente. Ele é capaz, mas não está disposto? Então ele é malévolo. Ele é capaz e disposto? Então de onde vem o mal?”, disse o filósofo grego Epicuro cerca de 300 a.C.
3. O argumento teleológico
O argumento teleológico ou ‘argumento do design’, diz que se o mundo é tão complexo, é a prova de que há um criador.
O argumento segue uma linha de pensamento que diz: os objetos que o homem criou foram criador com uma intenção, com um design e com algum propósito. Se o universo se assemelha aos objetos feitos pelo homem, então, deve haver uma criação com intenção, design e propósito.
4. Bule de chá de Russell
Novamente, Bertrand Russell marca seu lugar na lista com o debate acerca da existência de Deus.
Russel pediu que o leitor imagine um bule gigante flutuando na órbita do Sol. É impossível detectá-lo. Cabe a quem, dessa forma, provar que o bule gigante vagando pelo espaço é real?
Russel diz que a afirmação deve ser provada por quem a fez, e não por quem se opõe à ideia.
O argumento lembra um pouco sobre a história do dragão na garagem de Carl Sagan. No entanto, algumas críticas a Russel dizem que ninguém razoável acreditaria em um bule gigante no espaço, mas muitas pessoas razoáveis creem em Deus.
5. Argumento ontológico
A ontologia pertence à metafísica (uma das áreas mais fundamentais da filosofia. A ontologia estuda o ser, o existir e a realidade, e o argumento ontológico a favor da existência de Deus não foge disso.
Basicamente, o argumento ontológico parte do pressuposto de que se existe um Deus, ele é perfeito – um fato para os crentes. Se ele é perfeito, então, ele possui todas as perfeições possíveis de todas as maneiras possíveis. Nesse âmbito, a existência é uma perfeição. Logo, por ser Deus perfeito, e ser a existência uma perfeição, ele existe.
Essa linha de raciocínio foi feita por René Descartes, um dos pais da filosofia moderna e grande matemático que inspirou o nome, por exemplo, do plano cartesiano, importantíssimo na geometria.