Uma enorme extinção em massa que aconteceu há cerca de 2 bilhões de anos eliminou mais de 80% da vida, foi a pior de todos os tempos – foi ainda mais devastadora que a que levou fim aos dinossauros.
Diferente dos grandes animais que foram extintos em outros eventos, a morte em massa recém descoberta envolveu também micro-organismos minúsculos e simples.
Pesquisadores encontraram evidências de morte em rochas do Canadá, cujas relações isotópicas preservam as informações do ambiente no momento em que foram formadas.
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Após um aumento nos níveis de oxigênio atmosférico e oceânico da Terra, que foi acompanhada por um aumento na abundância de vida, mas, a medida que os microrganismos da época consumiam todos os nutrientes, seus números eram forçados a diminuir novamente.
O estudo
Os geólogos Malcolm Hodgskiss, da Universidade Stanford da Califórnia, Peter Crockford, do Weizmann Institute of Science, Israel e colegas estudaram rochas coletadas nas Ilhas Belcher, no lado sudeste da baía de Hudson, no Canadá.
Os pesquisadores estudaram um sulfato mineral chamado barita que é capaz de armazenar um registro dos níveis de oxigênio encontrados na atmosfera e da extensão da produtividade da vida no momento em que foi formado.
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Enquanto a equipe analisava isótopos de oxigênio, enxofre e bário nas amostras de rocha, os pesquisadores descobriram que a biosfera da Terra – as regiões do planeta ocupadas pela vida – passou por grandes mudanças a partir de 2,4 bilhões de anos atrás.
Este foi o momento do chamado Grande Evento de Oxidação, quando uma grande quantidade de oxigênio livre foi liberada na atmosfera pela primeira vez e a vida microbiana antiga se multiplicou – mas até hoje, não estava claro como esse evento terminou.
O Grande Evento de Oxidação
Durante o Grande Evento de Oxidação, a atmosfera da Terra e os oceanos rasos experimentaram um enorme aumento nos níveis de oxigênio. Neste período houve também um aumento na abundância da vida microbiana simples que vivia na época.
Como esse evento acabou, sempre foi um grande mistério.
A descoberta
Os pesquisadores descobriram que houve uma enorme diminuição no número de organismos vivos em torno de 2,05 bilhões de anos atrás – o que pode estar relacionado ao declínio nos níveis de oxigênio.
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Mais de 80% da vida pode ter morrido nesse momento, acredita a equipe – tornando essa extinção maior do que o evento que matou os dinossauros há cerca de 66 milhões de anos.