A maior parte da vida na Terra morrerá sem oxigênio em um bilhão de anos

Amanda dos Santos
Alexandr Yurtchenko / Alamy

Daqui a um bilhão de anos, a atmosfera conterá muito pouco oxigênio, tornando-a inabitável para a vida na Terra. Ao menos, as vidas aeróbicas complexas. Hoje, o oxigênio constitui cerca de 21% da atmosfera da Terra.

A natureza rica em oxigênio é ideal para organismos grandes e complexos, como os humanos, que precisam do gás para sobreviver. Mas no início da história da Terra, os níveis de oxigênio eram muito mais baixos – e é possível que caiam novamente em um futuro distante.

Condições atmosféricas de vida na Terra

Terra
Wikimedia Commons

Kazumi Ozaki na Toho University em Funabashi, Japão, e Chris Reinhard no Georgia Institute of Technology em Atlanta modelaram os sistemas climático, biológico e geológico da Terra para prever o quão suas condições atmosféricas irão mudar.

Assim, os pesquisadores dizem que a atmosfera da Terra manterá altos níveis de oxigênio pelo próximo bilhão de anos antes de voltar dramaticamente a níveis baixos que lembram os que existiam antes do que é conhecido como o Grande Evento de Oxidação, de cerca de 2.4 bilhões de anos atrás.

Então, Ozaki afirma terem descoberto que a atmosfera oxigenada da Terra não será uma característica permanente.

Extinção em massa

A razão central para a mudança seria à medida que o sol envelhece e vai se tornando mais quente, consequentemente, liberando mais energia. Com isso, os pesquisadores calculam que esse fato levará a uma diminuição na quantidade de dióxido de carbono na atmosfera conforme o CO2 vai absorvendo calor e depois se decompondo.

Logo, Ozaki e Reinhard estimam o período de um bilhão de anos para os níveis de dióxido de carbono se tornarem tão baixos que os organismos fotossintetizantes – incluindo as plantas – não conseguirão sobreviver e produzir oxigênio.

Enfim, a extinção em massa desses organismos fotossintéticos será a principal causa da enorme redução de oxigênio. “A queda no oxigênio é muito, muito extrema – estamos falando cerca de um milhão de vezes menos do que existe hoje”, diz Reinhard.

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