Vacina é necessária para a infecção que mata 150.000 bebês anualmente, adverte OMS

Lorena Franqueto
Vacinação contra infecção bacteriana é urgente para saúde de bebês. Imagem de RitaE por Pixabay.

Uma bactéria, descrita como estreptococo do grupo B (GBS, sigla do inglês para Group B streptococcus), é responsável por quase 150.000 casos de morte infantil ou morte fetal. Sendo assim, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou urgência na vacinação contra essa infecção ocorrida em bebês.

De acordo com estudos, há um predomínio de casos dessa infecção em regiões da África Subsaariana, além do Leste e Sudeste da Ásia.

O que é são os estreptococos do grupo B?

Além do termo GBS, essa bactéria também são conhecidas como estreptococo agalactiae, sendo elas parte normal da microbiota humana. Segundo o relatório da OMS, 15% das mulheres grávidas ao redor do mundo carregam essa bactéria.

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Imagem: Sanjasy/Pixabay

Em 1938, houve os primeiros casos de sepse puerperal por GBS. Sendo que, atualmente, esse microrganismo está mais relacionado com meningite neonatal ou sepse.

Geralmente, a infecção dos bebês acontece durante o parto por via ascendente. Ou seja, da vagina de mães colonizadas pela GBS para os bebês. Portanto, a infecção do neonato pode ser precoce ou tardia.

Nesse sentido, a primeira ocorre nos 7 primeiros dias de vida e, já nas primeiras 24 horas, a criança apresenta alguns sintomas como desconforto respiratório, apneia. Já no segundo caso, a bactéria acomete os recém-nascidos com 7 a 12 semanas de idade.

As crianças nessas idades são mais susceptíveis às infecções, já que ainda não possuem um sistema de defesa “forte”. Sendo que, geralmente, os bebês sobreviventes desenvolvem outros problemas de saúde. Os mais comuns relatados são: a paralisia ou os problemas e problemas na visão e audição.

Tendo isso em vista, a OMS declarou urgência na vacinação contra essa infecção amplamente visualizada em bebês.

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Imagem: Reprodução/SuperInteressante

A fim de garantir a segurança da mãe e do bebê, os médicos realizam algumas intervenções. Entre as semanas 35 e 37 de gestação, a gestante passa por uma coleta na região vaginal-retal e os profissionais de saúde fazem uma cultura de bactérias dessa região.

Por fim, se ocorre a identificação do microrganismo na mãe, os médicos buscam a profilaxia com antibióticos. Infelizmente, essa abordagem é difícil em alguns países , porque a administração de antibióticos pode ser cara e, como consequência, pouco acessível.

Por que a OMS anunciou urgência na vacinação contra essa infecção?

Pela primeira vez, a Organização conseguiu dimensionar o impacto do GBS na vida dos recém-nascidos. Por exemplo, em 2017, essa bactéria causou cerca de 100.000 mortes de recém nascidos e 50.000 natimortos. Além disso, ocorreu uma expressiva participação em nascimentos prematuros.

Com todos esses dados assustadores, os autores do relatório lamentaram a falta de progresso. Dessa forma, uma vacina para GBS tem o potencial de salvar milhares de bebês ao redor do mundo.

Por fim, segundo as estimativas, a administração de uma vacina contra os estreptococos seria muito positiva. Em valores, essa prevenção evitaria ao menos 50.000 casos de mortes de bebês e fetos por ano. Desde que esse cuidado fosse incluso nos exames e na rotina de pelo menos 70% das mulheres grávidas.

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