Os tiranossauros não foram os maiores dinossauros carnívoros, nem os mais numerosos. Ainda assim, mais de 2,5 bilhões desses dinos andaram no planeta em menos de 3 milhões de anos. Ademais, os tiranossauros certamente são os mais famosos predadores pré-históricos.
Nesse sentido, muitas pesquisas das últimas décadas vêm tentando mostrar os hábitos dos tiranossauros. Muito se debate sobre a alimentação, por exemplo. Afinal, os tiranossauros eram predadores ativos ou carniceiros? Além disso, a velocidade desses gigantes é um ponto de muito debate entre os paleontólogos.
No entanto, um novo estudo acaba de mostrar que os tiranossauros provavelmente andavam muito mais devagar do que se imaginava até então. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram um fóssil extremamente conservado de uma fêmea de T-rex do Naturalis Biodiversity Center, em Leiden.
Esse espécime, que recebeu o nome de Trix, possui as vértebras da cauda extremamente conservadas (como é possível ver no vídeo acima), ainda com indícios dos ligamentos. Esses últimos funcionam como elásticos entre os ossos para evitar que o impacto seja muito grande ao andar ou correr. Os pesquisadores então aplicaram as medidas da cauda de Trix a um software 3D de biomecânica.
Assim, o programa mostrou que esses dinossauros provavelmente andavam a uma velocidade de 4 a 6 quilômetros por hora. Análises anteriores, por outro lado, sugeriram que os T-rex podiam caminhar a até 16 km/h.
Tamanho dos tiranossauros e gasto de energia
Os tiranossauros, ainda que menores que giganotossauros e espinossauros, eram gigantes. Esses predadores que viveram durante o período Cretáceo podiam pesar entre 5 e 7 toneladas em média. Ademais, esses animais atingiam 12 a 14 metros de comprimento e até 4 de altura.
Dessa forma, a movimentação dos tiranossauros era baseada, teoricamente, em economia de energia. Isso porque esses bichos precisariam consumir muito alimento e gastar muita energia para manter o corpo funcionando. Além do mais, estudos mostram que os ossos de tiranossauros tinham que ser extremamente fortes para sustentar todo o seu peso sem quebrar durante uma corrida.
Entretanto, o novo estudo mostra que os ligamentos poderiam auxiliar no movimento da cauda, fazendo esta funcionar como um contrapeso. A elasticidade desses tecidos fariam a a cauda (que compõe mais da metade do comprimento do animal) oscilar para cima e para baixo conforme o andar do animal.
A 5 km/h, o tiranossauro teria, portanto, o menor gasto de energia para caminhar, de acordo com essa pesquisa. Todavia, o estudo não avaliou a possível velocidade de corrida desses dinossauros.
O estudo está disponível no periódico The Royal Society.