Animais extintos em 2023: espécies de pássaros, mexilhões, peixes e um mamífero que não existem mais

ONU afirma que a taxa de extinção atual é “pelo menos dezenas a centenas de vezes maior” do que as extinções que ocorreram nos últimos 10 milhões de anos

Daniela Marinho
Po‘ouli.

Há uma série de fatores diretamente e indiretamente ligados à extinção dos animais. Entre eles é válido destacar a perda de habitat (devido à urbanização, desmatamento, conversão de áreas selvagens para agricultura ou desenvolvimento industrial), doenças e parasitas, a introdução de espécies invasoras, a exploração excessiva (caça, pesca e exploração de animais para o comércio ilegal de produtos como peles, chifres, marfim e outros itens), a poluição (além da poluição da água, da terra e do solo, produtos químicos tóxicos, plásticos e poluentes atmosféricos são alguns exemplos de poluentes que podem afetar a vida selvagem) e as mudanças climáticas; ou seja, a expressiva maioria das causas é referente às atividades humanas.

Nesse triste cenário, os animais extintos em 2023 mostram que a extinção não é um passado bárbaro da humanidade, ela está acontecendo agora – e muito rápido.

Animais extintos em 2023

Em 2023, cientistas dos Estados Unidos anunciaram que 21 espécies foram oficialmente extintas. Entre elas estavam pássaros, mexilhões, peixes e um mamífero.

Paralelamente, a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), instituição dedicada à proteção e monitoramento das populações de fauna e flora em escala global, emitiu um comunicado confirmando a extinção do Java Stingaree, uma espécie de arraia endêmica, vítima da pressão antropogênica sobre os ecossistemas aquáticos.

Confira o grupo de animais extintos:

AvesMexilhõesPeixesMamífero
Toutinegra de Bachman (uma vez encontrada na Flórida, Carolina do Sul)Dedo do pé chato (Alabama, Mississippi)San Marcos Gambusia (Texas)Pequeno morcego frugívoro Mariana (Guam)
Olho branco refreado (Guam)Casca de bolota do sul (Alabama, Geórgia, Tennessee)Scioto Madtom (Ohio)
Kauai Akialoa (Havaí)Stirrupshell (Alabama, Mississippi)Java Stingaree (Indonésia)
Kauai nukupuu (Havaí)Pente Upland (Alabama, Geórgia, Tennessee)
Kaua ʻ i ʻōʻō (Havaí)Mexilhão perolado de flor verde (Tennessee, Virgínia)
Tordo grande de Kauai (Havaí)Mexilhão perolado com flor tuberculada (Alabama, Illinois, Kentucky, Tennessee, Michigan, Ohio, West Virginia)
Maui ‘ākepa (Havaí)Mexilhão perolado de flor túrgida (Alabama, Arkansas, Tennessee)
Maui nukupu ʻu (Havaí)Mexilhão perolado de flor amarela (Alabama, Tennessee)
Trepadeira Molokai (Havaí)
Po’ouli (Havaí)
Caburé-de-Pernambuco (coruja que vivia no nordeste do Brasil)

Foco em salvar outras espécies vulneráveis

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A casca vazia do extinto mexilhão perolado de flor amarela. Imagem: USFWS

O Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA declarou que era tarde demais para salvar as espécies mencionadas (os animais extintos em 2023), uma vez que já haviam sido propostas para remoção do inventário. No entanto, enfatizou seu compromisso em salvar muitas outras espécies vulneráveis que ainda têm chance de sobreviver.

Desse modo, existe uma movimentação importante, liderada sobretudo por biólogos e conservacionistas, para poupar as diversas espécies que estão ameaçadas, mas que, felizmente, ainda não foram consideradas em extinção.

A eficácia dessa luta já se comprovou, na medida em que salvou uma diversidade de animais e plantas nas últimas décadas: a águia-careca, a baleia jubarte, o crocodilo americano, o grou-bravo e muito mais.

Pessoas podem ajudar a impedir que mais animais sejam extintos

Embora pareça algo muito distante de intervenção, as pessoas podem tomar algumas atitudes, em pequena escala, para fazer a diferença no que diz respeito à extinção. Os especialistas fornecem dicas simples:

  • Ajude as espécies ameaçadas onde você mora – conservacionistas recomendam pressionar governos locais para proteger espécies ameaçadas;
  • Seja um criador ex situ de espécies autorizadas pelo IBAMA – algumas espécies ameaçadas de extinção, como os passeriformes nativos, podem ser criados sob uma autorização do IBAMA.
  • Mantenha o gato dentro de casa – além de preservar a saúde do pet, evitar que o gato tenha acesso à rua pode impedir a morte de muitos pássaros, visto que os gatos são o assassino número um ou o número dois de pássaros na América do Norte;
  • Cultive plantas nativas – caso você tenha um quintal, plante plantas nativas, pois elas são um habitat perfeito para a diversidade;
  • Repense suas práticas de consumo – priorizar o consumo de produtos que venham de fontes recicladas ajuda os animais, principalmente com relação ao plástico, que é responsável pela morte de muitos criaturas marinhas.
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