Nós sabemos que o bioma brasileiro dá vida para diversas criaturas cativantes e assustadoras, como a sucuri gigante. Muitas pessoas têm pavor de cobra, mas se deparar com uma dessas não é o desejo de ninguém, ainda mais no ninho de uma arara-azul.
A pesquisadora Kefany Ramalho, do Instituto Arara Azul, teve a grande surpresa quando explorou, pessoalmente, um ninho da ave. A sucuri gigante estava posicionada perto da árvore onde a arara morava com sua família, um flagra diretamente do Pantanal, no Mato Grosso do Sul. Em 8 de julho, a página da ‘Fazenda Caiman’ divulgou o vídeo dessa cena inesperada para comemorar o ‘Dia Mundial da Cobra’, e viralizou rapidamente.
“Olha o tamanho dessa sucuri gigante! Tranquilinha. Olha que coisa mais linda”, diz a pesquisadora no vídeo. Atualmente, a região vem sofrendo com um aumento significativo de sucuris, então não é difícil encontrar esse réptil pelas redondezas naturais do estado.
Victor Ramalho, responsável por gravar as imagens, trabalha há cinco meses no porto do ‘Hotel Passo do Lontra’ e também se surpreendeu com o ocorrido. A situação está ficando cada vez mais comum, pois em 9 de julho, foi a vez de Doney Dronov se deparar com uma sucuri gigante. O fato aconteceu durante uma pescaria em família!
O que explica o aparecimento de uma sucuri gigante dentro de um ninho de ave?
Juliana Terra, doutora em Ecologia pela USP, explicou porque no inverno é mais comum uma sucuri gigante ser vista. “Não é nada atípico desse ano. Pelo contrário, é bastante comum e tem alguns motivos para isso. O principal é a temperatura, ao início de maio ou junho, quando vamos entrando em períodos de baixas temperaturas”, apontou.
“Então é assim, sempre antes ou após uma frente fria, é comum que elas utilizem as horas do dia do sol para se aquecerem, já que a água nessa época fica muito fria, especialmente durante a noite. Então é comum que elas busquem sair da água, busquem as margens dos rios ou barrancos que sempre ficam próximos dos leitos. Ali elas buscam se aquecer sob o sol”, concluiu ela.
Juliana, ainda, informou que a sucuri gigante e outros animais são silenciosos: “Não que nas outras épocas do ano elas não estejam ali. Qualquer época do ano elas estão neste local, só que a gente não consegue vê-las. São animais bastante quietos, não fazem barulho, elas são muito camufladas na água com sua coloração. Enfim, é muito difícil avistá-las”, finalizou.