Quais são as diferenças entre o carvão mineral e o carvão vegetal?

Felipe Miranda
(epSos.de).

O carvão foi importantíssimo principalmente para a primeira revolução industrial, além de sua importância até os dias de hoje. Mas o que possivelmente você não viu nas suas aulas de história e geografia, é que esse todo importante carvão era, especificamente, o carvão mineral. No inglês há, inclusive, uma distinção na palavra – coal, para carvão mineral e charcoal, para carvão vegetal. Mas quais são, afinal, as diferenças entre o carvão mineral e o carvão vegetal?

Carvão vegetal

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O famoso “carvão de churrasco”. (Pxhere).

Começaremos pelo carvão vegetal, mais comum no Brasil. Pouco utilizado no mundo, é bastante utilizado no Brasil. Ele é péssimo para utilização industrial, mas o Brasil possui apenas 1% das reservas mundiais de carvão mineral. Então, para diversas tarefas, depende do carvão vegetal. Pois é, ele não serve apenas para seu churrasco. 

O carvão vegetal surge a partir da queima incompleta de madeira. Dessa forma, ela perde sua umidade e se torna um bom combustível. A queima completa da madeira ocorre somente quando utilizamos o carvão e o transformamos em brasa. Eles até servem para a indústria de metalurgia e siderurgia, mas são pouco eficientes para essa tarefa. Eles se encaixam melhor em papéis mais domésticos, como churrasqueiras e lareiras. 

Uma aplicação importante do carvão vegetal está no carvão ativado. Após passar por um processo, o carvão vegetal torna-se esse tipo que chamamos de ativado. Ele consegue absorver impurezas e odores de substâncias, por isso, são amplamente utilizados em filtros de água, remédios e em outras aplicações industriais, de saneamento, estéticas ou medicinais.

Carvão mineral

Coal Anthracite
É fácil diferenciar o carvão mineral. (Amcyrus2012 / Wikimedia Commons).

Já a situação do carvão mineral é completamente diferente. Ele é ótimo para a indústria até os dias de hoje – e péssimo para a saúde e o meio ambiente. Mineiros e habitantes próximos às fábricas enfrentam efeitos diretos da extração e da queima do combustível. 

Embora leve o nome de mineral, ele já foi vivo um dia. Mas em um período muito mais distante do que o carvão mineral. Após milhares, e até milhões de anos sob pressão abaixo do solo, a matéria orgânica em decomposição se junta em “blocos”. Dessa forma, rapidamente se torna uma rocha, no sentido geológico da palavra mesmo. O carvão mineral é uma rocha sedimentar. 

Ele sim, possui boas aplicações para a indústria. Por ser mais eficiente, queima durante mais tempo e alcança temperaturas mais altas; de forma geral, ele possui menos impurezas do que o carvão vegetal, embora alguns também sejam bastante impuros. Ele é bastante útil na metalurgia, siderurgia e produção de eletricidade em diversos países da Europa, Ásia e Estados Unidos. 

Conforme o IEA, (International Energy Agency), em 2018, o carvão mineral correspondeu por quase 27% da matriz energética global – porcentagem que se aproxima da utilização do petróleo

Coal Mine
O carvão mineral é extraído em minas. (TripodStories- AB / Wikimedia Commons).

Qual o melhor?

Dadas as diferenças entre o carvão mineral e o carvão vegetal, qual o melhor?

Essa pergunta, na verdade, não faz sentido. Como vimos, cada um possui sua aplicação específica. O carvão vegetal polui menos e possui suas aplicações na medicina e purificação do ar e da água. Já o carvão mineral é extremamente poluente (usinas a carvão lançam quantidades insanas de radiação ao ar), mas é quase indispensável na indústria.

Cada caso é um caso e, quando os queimamos, nenhum deles é exatamente amigo da natureza

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