Embora Júpiter e Marte sejam planetas que emanam uma luz intensa, nem mesmo no seu pico de luminosidade eles conseguem superar Vênus.
Vênus, nosso vizinho planetário mais próximo, é o terceiro objeto mais brilhante em nosso céu, perdendo apenas para o Sol e a Lua.
Vênus está relativamente próximo de nós, sendo o planeta que orbita mais perto do Sol que a Terra. No entanto, essa proximidade não é a única razão para a sua notável luminosidade. Por exemplo, Marte apresenta variações de brilho em nosso céu ao longo de um ciclo de aproximadamente dois anos.
Marte só atinge tal brilho quando a Terra passa entre ele e o Sol, simultaneamente ao período em que Marte é mais próximo do Sol. Isso ocorreu pela última vez em 2018 e só será repetido em 2035.
!["Capturada pela espaçonave Solar Orbiter da ESA/NASA em 9 de agosto de 2021, esta imagem fascinante revela Vênus se aproximando pelo lado esquerdo, com seu lado noturno visível como um semicírculo escuro. O crescente luminoso ao seu redor é o brilho do lado iluminado pelo sol deste planeta deslumbrantemente brilhante.](https://socientifica.com.br/wp-content/uploads/2023/09/venus_flyby_v2.gif)
Imagem: Miles Hatfield
Contudo, a história de Vênus é diferente. A luminosidade de Vênus pode ser explicada pelo termo albedo, usada pelos astronômos para descrever o quão brilhante um planeta é em termos absolutos.
O albedo é a relação entre a quantidade de luz que incide sobre um objeto e a quantidade que esse objeto reflete. Como você pode supor, Vênus possui o albedo mais alto entre todos os grandes planetas do nosso sistema solar.
Vênus têm um albeto de cerca de 0,7, o que significa que ele reflete aproximadamente 70% da luz solar que recebe. Quando a Lua está quase cheia no céu da Terra, pode parecer mais brilhante do que Vênus. No entanto, a Lua, cuja superfície é composta por rochas vulcânicas escuras, reflete apenas cerca de 10% da luz que a atinge.
A Lua parece brilhante para nós por estar tão próximo da Terra, estando a apenas uma segunda luz de distância, em contraste com os vários minutos de luz que nos separam de Vênus.
De acordo com o site EarthSky, a luminosidade de Vênus (seu alto albedo) é dada à sua cobertura de nuvens altamente reflexivas.
![Esta imagem é uma visão global da superfície de Vênus, centrada em 180 graus de longitude leste. Foi criada a partir de mosaicos de radar do primeiro ciclo de mapeamento da sonda Magellan, complementados com dados da sonda Pioneer Venus Orbiter ou valores médios constantes para preencher lacunas. A cor simulada, baseada em imagens das sondas soviéticas Venera 13 e 14, foi usada para destacar estruturas em pequena escala. A imagem foi produzida pelo projeto Solar System Visualization e pela equipe científica Magellan no Laboratório de Processamento de Imagens Multimissão JPL e faz parte de um vídeo lançado em 29 de outubro de 1991.](https://socientifica.com.br/wp-content/uploads/2023/09/Venus-700x700.jpg)
Imagem: NASA/JPL
As nuvens na atmosfera de Vênus contêm gotículas de ácido sulfúrico e cristais ácidos suspensos em uma mistura de gases. A luz do sol reflete facilmente nas superfícies lisas dessas partículas e cristais, contribuindo significativamente para o brilho de Vênus.
Embora Vênus seja o planeta mais brilhante entre os principais, não detém o título de objeto mais reflexivo do nosso sistema solar. Essa honra pertence a Encélado, uma lua de Saturno. A superfície gelada desta pequena lua reflete cerca de 90% da luz solar que a atinge, conforme a Scientific American.