150 anos é o tempo máximo da vida humana, sugere estudo

Mateus Marchetto
Esta nova pesquisa acaba de definir os possíveis limites do envelhecimento humano. Imagem: Free-Photos por Pixabay

A indústria de biotecnologia vem crescendo mundo inteiro a passos largos, e não é sem motivo. Diversos milionários e bilionários vêm aplicando cada vez mais dinheiro em pesquisas que busquem mais longevidade – ou mesmo a imortalidade. Todavia, uma nova pesquisa usou análises sanguíneas para mostrar que até o momento os seres humanos podem viver no máximo até 150 anos.

Para chegar a esta estimativa, pesquisadores avaliaram as células sanguíneas e o número de passos caminhados. Essas características foram analisadas ao longo de alguns meses entre pacientes de diversas idades e estilos de vida. Ademais, para completar a estimativa, a pesquisa se baseia em dados de mortalidade e morbidez por doenças como o câncer e a diabetes.

Cruzando esses dados, os pesquisadores puderam traçar um gráfico da resiliência do corpo ao longo da idade. Nesse sentido, a resiliência biológica representa a capacidade do corpo se recuperar após uma alteração na homeostase – o “equilíbrio” do corpo.

A partir disso, então, a pesquisa mostrou um limite para a resiliência humana entre os 120 e 150 anos de idade. Ou seja, se o câncer ou um infarto não causar a morte nessa idade, a própria degradação do corpo causará.

150 anos vivendo em uma bolha

Vale ressaltar que a pesquisa levou em consideração diversas morbidades (como o câncer e diabetes citados acima) para estimar a idade de 150 anos. Contudo, atingir esse limite só seria possível sem a eventualidade destas doenças – ou de qualquer outro tipo de evento fatal, como um acidente de carro.

Assim, esses 150 anos poderiam chegar apenas em condições altamente saudáveis para o organismo. Nesse sentido, o time de cientistas afirma que os próximos passos da pesquisa devem envolver justamente a morbidades que possam evitar o alcance dessa idade avançada.

Outros especialistas afirmam ainda que a longevidade precisa chegar com qualidade de vida. Isso porque viver mais não significa necessariamente viver melhor.

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Imagem: Free-Photos por Pixabay 

Além do mais, fatores sociais têm um profundo efeito na longevidade de um indivíduo. O cigarro é o principal exemplo, sendo responsável por 70% de todos os casos de câncer de pulmão (o tipo mais comum da doenças, aliás). Atividade física frequente e uma dieta balanceada, ademais, podem ser determinantes para uma melhor qualidade de vida em estágios mais avançados da idade. Contudo, isso já não é novidade.

Assim, possivelmente precisaremos de outras soluções – ainda não conhecidas – para quebrar o teto dos 150 anos. Ainda mais soluções serão necessárias para atingir essa marca de forma saudável.

O artigo está disponível no periódico Nature Communications.

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